1. Breve Histórico da sismicidade1 de Andes
Tremores de terra têm ocorrido no município de Bebedouro, norte do Estado de São Paulo. Segundo informações de moradores, os primeiros eventos foram sentidos a partir de janeiro de 2004, principalmente no Sítio Santo Antônio (José Cagnin) e noutro, a cerca de 1,5 km de distância (Toninho Lombardo), no Distrito de Andes. Inicialmente os moradores dessas propriedades pensaram tratar-se de explosões de pedreira, pois os abalos não eram muito fortes. Essa atividade inicial durou até o mês de maio de 2004. Não existe pedreira nas proximidades desses sítios.
Ao final de dezembro de 2004 os tremores voltaram a ocorrer e continuam até a presente data. Considerando que desta feita os tremores estavam mais fortes, os moradores das propriedades rurais do Distrito de Andes mobilizaram-se e, a pedido da Prefeitura de Bebedouro, o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG/USP) instalou uma rede de sismógrafos2 para estudar essa atividade sísmica.
Os sismógrafos trabalham com um computador de campo para armazenar dados que depois são copiados para um computador portátil. Em uma estação sismográfica normal os dados são retirados uma vez por mês. Entretanto, considerando o grande número de tremores ocorridos no mês de março, tem sido necessário fazer essa coleta de dados em intervalos de duas semanas. Além disso, deve haver manutenção freqüente e preventiva das estações para se evitar que alguma delas não esteja funcionando quando ocorrer os sismos. Para determinar o epicentro de um sismo são necessários registros de pelo menos três estações.
No Sítio Santo Antônio, foi instalado também um sismógrafo com registro direto no papel, que cobre um cilindro que fica girando 24 horas por dia. É interessante esse registro paralelo, pois é possível "ver" que houve um abalo, assim que um tremor é sentido. Obviamente é também possível observar pequenos tremores não sentidos pelas pessoas, apenas os sinais são menores no registro.
Foi interessante e tem sido importante o fato dos proprietários do Sítio Santo Antônio, onde os tremores têm sido mais sentidos, começarem a anotar a ocorrência dos abalos, a partir de 25 de fevereiro de 2005, quando os tremores aumentaram de intensidade. Nesta anotação constam data, o horário aproximado e as características do tremor, por exemplo, se foi forte ou fraco, se o tremor foi acompanhado de um ruído como trovão, se animais manifestaram-se, se houve queda de objetos, etc.. Estes registros são importantes também para se ter uma idéia da atividade sísmica antes da instalação da rede sismográfica local.
É fato também que moradores de outros sítios passaram a sentir os tremores e de maneira diferenciada entre os sítios, ou seja, os epicentros dos sismos estariam ocorrendo em diferentes localizações. Interessante salientar que, segundo o agrônomo da Fazenda Aparecida, situada ao norte do Sítio Santo Antônio, os primeiros sismos teriam sido sentidos em dezembro de 2003 e janeiro de 2004 e a sensação era de que "pneus grandes de tratores estivessem caindo no chão".
Inicialmente foram instaladas estações sismográficas no Sítio Santo Antônio, numerada como estação (1) no mapa apresentado no Relatório Preliminar, Fazenda São Luís (2), Sítio São Francisco (3), Estância Eldorado (4), Fazenda São Manoel (5). Essas estações permitiram, desde a sua instalação, a determinação da área epicentral3 dos sismos. Eles estavam concentrados ao sul da estação (1), o que motivou a mudança de local de algumas estações para locais mais próximos da região epicentral. Considerando o aumento da freqüência e também da magnitude4 dos tremores, outras estações foram instaladas, desta vez com sinal enviado por rádio a uma estação central, localizada no Sítio do Sr. Lombardo (7).
As estações sismográficas de Andes registraram um número bastante alto de tremores, em alguns dias as contagens ultrapassaram 100 ou 200 eventos, dos quais cerca de 20 a 30 sentidos pelos moradores das propriedades localizadas na área epicentral. Em geral os mais fortes fazem as casas "balançarem", cachorros saem latindo, chão e venezianas vibram muito, quadros pendurados se deslocam e as pessoas saem correndo de dentro das casas. Há também relatos de trincas em parede e piso de varanda, e porta que ficou com problemas para abrir, na Estância Eldorado.
Alguns sismos de magnitudes maiores foram também registrados pela Estação Sismográfica de Rio Claro, operada pela UNESP, e localizada cerca de180 km a SE de Bebedouro.
Epicentros dos sismos ocorridos de 17 a 23 de março, bem como a rede completa com dez estações sismográficas instaladas no Distrito de Andes, e os registros dos sismos de 11/03 e 30/03, com magnitudes Richter de 2,6 e 2,9, respectivamente, estão mostrados no Boletim do IAG-USP nº 1, que pode ser acessado através do site http://www.iag.usp.br/~marcelo/bebedouro, onde são divulgadas as informações disponíveis sobre a atividade sísmica de Bebedouro. Desta maneira, no Boletim nº 2 pode ser visto também o registro do sismo de 02/04, na Estação Sismográfica de Valinhos da USP, localizada a 287 km de Bebedouro. A magnitude desse sismo foi 2,8, menor do que o do dia 30/04, mas fez cair do banquinho, onde estava sentada, a moradora do Sítio Santo Antônio.
A Fig. 1 mostra os principais sismos detectados entre 19/03 e 16/04/05, incluindo os dois mais fortes ocorridos até agora.
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Fig.2. Círculos vermelhos são epicentros de sismos da parte norte do estado de São Paulo (fonte: catálogo de sismos do IAG) de 1922 a 2005 (já incluindo os de Andes), conforme a Tabela 1. |
Pequenos tremores de terra, com magnitudes até 4, são relativamente comuns no Brasil e podem ocorrer naturalmente em qualquer parte do País. A Fig. 2 mostra os sismos ocorridos na parte norte do Estado de São Paulo, já incluindo os eventos de Bebedouro deste ano. A lista dos sismos desta figura está na Tabela 1.
2. geologia da área
O município de Bebedouro está situado no norte da Bacia do Paraná, no limite nordeste dos depósitos fluviais5 da Formação Adamantina, que se sobrepõem aos derrames basálticos da Formação Serra Geral. Está situado em terreno de altitude variável entre 530 e 650 m, no topo do divisor de águas das bacias do Rio Pardo a leste e Rio Turvo a oeste, ambos afluentes do Rio Grande. Podem ser descritos na região rios e zona de contato das Formações Adamantina e Serra Geral predominantemente de direção NW. Entretanto, localmente há indícios de fraturamento de direção NE (Folha 1:50.000 SF 22 X DII 2, Piranji).
Devidas ao processo de resfriamento dos fluxos de lava que ocorreram na forma de derrames, algumas importantes características do basalto na Bacia do Paraná, são verificadas. Segundo Barcha & Arid, (1975), em cada derrame podem ser identificadas três zonas litologicamente distintas - o basalto vesículo-amigdaloidal no topo e na base, e compacto no centro. Na parte basal de cada derrame, a rocha é cristalina, de cor preta, granulação fina e intensamente alterada, com fraturas horizontais e algumas verticais. No topo, os derrames são cinzentos ou avermelhados e, quase sempre, são mais alterados que na base. O basalto compacto na porção central dos fluxos é de cor escura com nuanças verde ou vermelha causadas pelas alterações hidrotermais, de acordo com Araújo & Hasui (1985) e ocupa 2/3 da espessura total de derrames relativamente espessos, segundo Guidicini & Campos (1968).
É comumente aceito (Giampá & Souza,1982; Oliveira et al, 1976) o conceito de faixas fraturadas no basalto, que ocorrem com extensão lateral de dezenas a centenas de metros, com direção sub-horizontal. O fraturamento no interior dessas faixas destaca blocos de forma tabular, muitas vezes terminando em cunha ou imbricados; em geral estes blocos apresentam faces alteradas ou oxidadas ou películas argilosas. As fraturas podem associar-se e constituir verdadeiras juntas-falhas e representam, no corpo do derrame, zona de percolação preferencial.
Existem na região de Andes, Bebedouro, inúmeros poços tubulares perfurados para água subterrânea, explorando a camada superior de arenitos da Formação Adamantina, do Grupo Bauru. Contudo, há também um número considerável de poços que exploram fraturas do basalto da Formação Serra Geral.
Dados cadastrados no DAEE, Departamento de Águas e Energia Elétrica, mostram que existem vários poços que exploram água nas fraturas do basalto: quatro poços na Fazenda Santa Therezinha, perfurados em 2002, com profundidades que variam de 150 a 180 m; dez poços na Fazenda Aparecida, perfurados em 2003, com profundidades entre 117 e 228 m, e um poço na Fazenda Santa Ana que foi aprofundado em 2004 para 170 m. Além destes, há dezenas de poços mais rasos que exploram água da camada de arenito.
Na cidade de Bebedouro existem três poços tubulares profundos, com profundidades entre 831 a 1020 m, que atravessaram totalmente o pacote de basalto.
Esses poços tubulares da região, tanto os do Distrito de Andes quanto os profundos da cidade de Bebedouro, indicam perfil estratigráfico variável para o topo e base da Formação Adamantina e até mesmo para a Formação Serra Geral. Em geral os perfis estratigráficos indicam solo arenoso de 0 até 22 m, arenito da Formação Adamantina até cerca de 122 m, seguido por basalto que, apenas os poços profundos da cidade de Bebedouro atravessam completamente, para explorar o aqüífero Guarani. Nestes, o topo do arenito Botucatu é encontrado entre 680 m (cota6 -120 m) e 888 m (cota - 298 m) de profundidade.
O sistema de perfuração utilizado para a maioria dos poços da região, segundo informações de perfurador, é o rotopneumático, que consiste na fragmentação da rocha através da combinação de percussão em alta freqüência e rotação (Feitosa & Manoel Filho, 2000). Esse método, não possibilita observações detalhadas durante o processo de perfuração, não oferecendo informação confiável sobre possíveis cavernas ou sistema de fraturas. Entretanto, dos poucos dados conhecidos até a presente data, observam-se interderrames nas cotas aproximadas de 410 a 440 metros em cinco poços do Distrito de Andes, mostrando que esses poços atravessaram pelo menos os dois últimos derrames.
Dados de perfuração (DAEE), indicam a presença de fraturas no basalto nas cotas 468 e 425 metros em um poço da Fazenda Aparecida e nas cotas 419,5 e 395 metros em poço da Fazenda Santa Ana, ambos no Distrito de Andes.
Em dois dos poços profundos de Bebedouro consta a existência de uma camada de arenito interderrame de quatro metros de espessura nas cotas 18 e -52 m, entretanto, no terceiro poço há camada de 4 m de arenito a partir da cota 474 m, e outra de 20 m de espessura, na cota -120 m. Com exceção do arenito na cota 474m, essas camadas localizam-se, entre os primeiros derrames, na base do pacote de basalto.
A presença de camadas de arenito, intercalando derrames de basalto, é comum na base do pacote de basalto, notadamente na região norte da Bacia, indicando a persistência do ambiente desértico, responsável pelos depósitos eólicos7 da Formação Botucatu que antecederam a extrusão do magma, durante os primeiros derrames de lava. Entretanto, a presença de arenito interderrames no poço de Bebedouro, como o apontado na cota 474 m, em cota bastante próxima dos interderrames apontados nos poços de Andes, é um indicativo de que houve um intervalo de tempo entre o derramamento dos últimos derrames de basalto, quando ocorreu esse depósito de sedimentos, que deve ter sido comum a toda essa região. Portanto, nos poços de Andes também é possível que nos interderrames apontados haja uma camada de arenito entre o basalto vesicular, mesmo que com espessuras menores.
Além desses arenitos interderrames, há ainda a possibilidade de se encontrar vazões compensadoras de água, da ordem de 30 a 40 m3/h, nas fraturas do basalto, como se constatou através dos dados do DAEE, no distrito de Andes. Entretanto, o que se observou também neste local, na Fazenda Aparecida, foi ocorrência de fraturas que possibilitam vazões anômalas de água da ordem de 150 a 190 m3/h, que são normalmente obtidas em poços que exploram o aqüífero Guarani.
Portanto, a presença de pequenas camadas de arenito interderrame e das fraturas maiores, aparentemente constantes na região norte do Estado de São Paulo, parecem estar incentivando a perfuração no basalto nessa região, por serem indícios de compensadoras vazões de água subterrânea.
3. Possível Relação Entre Sismos e Poços Tubulares
Desde o final dos anos 60, sabe-se que algumas ações do homem, como a injeção de água em falhamentos de rocha, podem provocar sismos. O caso mais conhecido e documentado de atividade sísmica induzida relacionada com fluidos subterrâneos é o que ocorreu em Denver, U.S.A., quando líquidos químicos tóxicos foram injetados por pressão em um poço de 3.671m de profundidade. Vários autores, entre eles Evans (1966), mostraram a forte correlação entre a atividade sísmica e a quantidade de fluidos injetados.
Além desses, há casos de sismicidade relacionada com a exploração de petróleo, com a instalação de reservatórios de água para usinas hidrelétricas, com poços de retirada de vapores e re-injeção de água resfriada em usinas geotermais. É importante destacar que, na maioria dos casos, a alteração do ambiente geológico apenas adiantou a liberação de tensões que estavam localmente acumuladas. No Brasil, pelo menos 16 reservatórios hidrelétricos já induziram tremores de terra (Assumpção et al., 2002), como os reservatórios de Volta Grande (sismos de 1974 na Tabela 1 e Fig. 2) e Marimbondo, ambos no Rio Grande.
Interessante também destacar que os vários casos de sismicidade induzida por reservatórios de usinas hidrelétricas na Índia estão relacionados com pressão de fluidos em falhas no basalto (H.K.Gupta, 1992; 1994, comunicação pessoal).
Os casos de sismicidade relacionada com poços tubulares profundos em Nuporanga e Presidente Prudente, no Estado de São Paulo, extensamente estudados, indicam que os abalos sísmicos estão relacionados com características geológicas específicas dos derrames de basalto, tais como camadas de arenito interderrame e fraturas no basalto (Yamabe, 1999, 1985; Yamabe & Hamza, 1996).
A perfuração de poços onde existem tais camadas e fraturas, sem a devida vedação, parece permitir que a água escape dos poços, através do arenito interderrame e/ou fraturas, e alcance zonas sob tensão crustal pré-existente, diminuindo a sua resistência e ocasionando reativação de falhas ou fraturas na forma de pequenos sismos.
Em Nuporanga, a solução apresentada a partir dos estudos geofísicos foi aplicada naturalmente com a exploração contínua de água dos poços tubulares (evitando a fuga de água em fraturas do basalto) e não têm ocorrido mais tremores naquela localidade.
Em Presidente Prudente, o fechamento da cavidade detectada onde havia uma camada de 20 m de espessura de arenito, não vedada na época da perfuração do poço, diminuiu o número de micro-tremores registrados pela estação sismográfica local. Desde então os sismos sentidos na região também diminuíram em número e magnitude.
Yamabe (1999) indicou a possibilidade das porções nordeste e sudoeste do Estado de São Paulo, onde camadas de arenito interderrame de maiores espessuras são mais freqüentes e que são atravessadas por grandes lineamentos estruturais, serem mais suscetíveis a este tipo de atividade sísmica induzida.
No Distrito de Andes, Bebedouro, os sismos ocorrem durante o período do ano quando o índice de chuvas é mais alto e, portanto, o bombeamento dos poços em geral é menor. Deste modo, considerando o exposto acima e, principalmente, a proximidade de vários poços da área epicentral, pode-se dizer que há fortes indícios de que a sismicidade local possa ser igualmente relacionada com a movimentação de água subterrânea através de fraturas nas rochas. Possivelmente, essa movimentação de água não existia antes da perfuração de alguns dos poços tubulares, especialmente os que exploram água de fraturas.
Para a confirmação desta hipótese, será importante ampliar os estudos atuais sobre a movimentação de água na camada de basalto realizando perfilagens térmica e geofísica dentro dos poços, que mostrariam a possível movimentação da água e a localização exata das fraturas. Para estas medidas de perfilagem, será necessário retirar as bombas dos poços. O IAG-USP não tem equipamento próprio para estas perfilagens. Outros estudos complementares poderão ser realizados pelo IAG e UNESP para melhorar a caracterização das camadas geológicas na região de Andes, como sondagens elétricas e sísmicas.
Bibliografia Citada:
Prof. Responssáveis:
Tereza Higashi Yamabe
Faculdade de Ciências e Tecnologia - UNESP - Presidente Prudente
Marcelo Assumpção
Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas - USP - São Paulo
Tabela 1. Catálogo de Sismos do IAG
Região: latitudes de -22.2 a -19.8; longitudes de -50.0 a -46.8
DATA HORA LAT. LONG. Localidade Io Raio MAGNITUDE Comentários Ano Mês Dia h m s (UT) MM mb 1922 01 27 06 50 40 -22.17 -47.04 Mogi Guaçu SP VI 280 5.1 maior sismo do Sudeste 1959 05 25 23 08 -21.26 -48.69 Fern.Prestes SP IV-V 3.0 induzido poço artesiano? 1959 05 27 17 05 -21.26 -48.69 Fern.Prestes SP IV-V 3.0 induzido poço artesiano? 1959 05 29 06 55 -21.26 -48.69 Fern.Prestes SP IV-V 3.0 induzido poço artesiano? 1974 02 15 -20.04 -48.47 Conc.Alagoas MG IV 3.0 induzido por reservatorio 1974 02 24 03 19 40 -20.04 -48.47 Conc.Alagoas MG VI-VII 47 4.2 induzido por reservatorio 1974 02 27 -20.04 -48.47 Conc.Alagoas MG V 3.5 induzido por reservatorio 1974 03 01 09 -20.04 -48.47 Conc.Alagoas MG IV-V 3.2 induzido por reservatorio 1974 03 02 18 15 -20.04 -48.47 Conc.Alagoas MG V 3.5 4 eventos 1977 09 04 15 45 -20.73 -47.77 Nuporanga SP III-IV 2.8 induzido poço artesiano 1978 03 17 20 45 -20.73 -47.77 Nuporanga SP IV 3.0 induzido poço artesiano 1978 03 18 01 30 -20.73 -47.77 Nuporanga SP IV 3.0 induzido poço artesiano 1978 07 25 -20.30 -48.90 Marimbondo SP 2.0 induzido por reservatorio 1980 07 03 22 10 -20.07 -47.33 Jaguara MG IV 4 2.8 (UnB/CEMIG) 1981 03 24 22 10 03 -20.58 -48.34 Barretos SP 2.8 (IAG,UnB) 1981 07 11 03 00 -20.80 -47.80 Orlandia SP 2.4 (IAG,UnB) 1983 12 27 17 03 -19.90 -47.90 Uberaba MG 2.2 (UnB) 1984 07 04 16 07 05 -20.20 -47.35 Estreito MG II 2.4 (UnB,IAG) sentido Faz.Pinhos 1986 02 07 01 40 48 -20.10 -46.80 S. Canastra MG 2.1 (UnB) explosao ? 1988 07 19 10 30 -20.73 -47.75 Nuporanga SP IV 3.0 (TV Globo, Rib.Preto) 1988 11 10 22 36 25 -20.31 -47.35 Franca SP 2.3 (UnB, IPT, IAG) explosão? 1989 05 23 22 57 58 -20.73 -47.75 Nuporanga SP IV-V 10 3.2 (IAG,UnB,IPT) 1989 06 01 21 40 -20.73 -48.07 Morro Agudo SP IV 3.0 (IAG) 1989 10 19 04 17 -20.73 -47.75 Nuporanga SP III 2.6 3 tremores (Pref.Mun.) 1989 12 18 11 46 26 -19.95 -47.16 Sacramento MG IV 3.4 (IPT,UnB,IAG) 1990 01 19 22 05 15 -19.95 -47.16 Sacramento MG V-VI 40 4.2 (IPT,UnB,IAG,ON,UNESP) 1990 03 28 22 29 49 -21.90 -46.84 S.J.B. Vista SP 2.7 (IPT,IAG) 1990 03 29 02 05 05 -21.90 -46.84 S.J.B. Vista SP 1.9 (IPT,IAG) 1990 06 01 06 55 57 -19.95 -47.16 Sacramento MG II 2.6 (IAG,UnB,IPT) 1990 07 12 21 01 03 -21.86 -46.92 SJBoa Vista SP 2.4 (UnB, IPT, IAG) 1990 09 08 04 34 06 -20.90 -48.69 Monte Azul SP 2.3 (IAG, IPT, UNESP) 1991 09 06 03 35 47 -19.95 -47.16 Sacramento MG 2.3 (UnB,IAG) 1992 03 02 06 06 37 -20.01 -47.27 Sacramento MG IV 3.6 (IAG,UnB,IPT,UNESP) 1992 08 17 02 57 34 -20.98 -46.93 S.S. Paraiso MG IV 2.3 (IAG,IPT) 1992 09 13 01 10 -21.24 -48.42 Monte Alto SP IV 1.5 (IAG) 1992 10 01 15 05 53 -21.57 -47.01 S.J.R.Pardo SP 2.7 (IAG,IPT,UnB) 1993 09 01 10 40 05 -21.45 -47.13 StaRViterbo SP 2.2 (IAG,IPT) explosao ? 1993 09 01 10 43 24 -21.46 -47.13 StaRViterbo SP 2.3 (IAG,IPT) explosao ? 1993 09 17 09 58 40 -21.41 -47.18 StaRViterbo SP 2.5 (IAG,IPT) explosao ? 1994 07 07 21 22 13 -19.86 -46.96 Tapira MG 2.5 (UnB) 1995 05 26 19 43 44 -20.20 -47.65 Buritizal SP 2.9 (UnB) 1995 05 28 09 22 59 -20.93 -47.65 Batatais SP 2.7 (UnB) 1995 05 30 13 01 20 -20.92 -47.63 Nuporanga SP 2.6 (UnB, IAG) 1995 06 02 09 32 11 -20.54 -47.66 Sao Jose SP 2.9 (UnB) 1995 06 06 00 32 22 -20.32 -48.41 Guaira SP 2.8 (UnB,IPT,IAG) 1995 06 06 17 42 04 -21.02 -47.55 Altinopolis SP 2.5 (UnB) 1995 06 06 17 43 43 -21.03 -47.60 Altinopolis SP 2.7 (UnB) 1995 06 08 20 00 13 -20.86 -47.57 Batatais SP 2.5 (UnB) 1996 02 23 23 27 08 -21.94 -48.68 Bariri SP 2.9 (IPT,UNB,IAG,COPEL) 1996 03 25 17 45 -20.73 -47.75 Nuporanga SP V 0.9 (IAG,IPT) 1996 04 09 05 17 -21.29 -47.32 Cajuru SP 2.8 (IPT) 1996 05 08 19 02 13 -21.29 -47.32 Cajuru SP II 2.0 (IAG,IPT) 1996 05 09 05 17 02 -21.29 -47.32 Cajuru SP IV 2.7 (IAG,IPT,UnB) 1996 05 10 15 11 -21.29 -47.32 Cajuru SP 1.6 (IPT) 1996 06 06 20 32 59 -21.29 -47.32 Cajuru SP III 1.4 (IAG,IPT) 1996 06 06 20 37 00 -21.29 -47.32 Cajuru SP III 1.9 (IAG,IPT) 1996 06 22 18 20 32 -21.29 -47.32 Cajuru SP 1.3 (IAG,IPT) 1996 06 28 14 20 -21.29 -47.32 Cajuru SP 1.4 (IPT) 1996 10 28 22 02 48 -21.29 -47.32 Cajuru SP IV 2.6 (IAG,IPT) 1996 12 20 03 20 02 -21.29 -47.32 Cajuru SP III 2.2 (IAG) 1997 01 12 05 32 37 -21.29 -47.32 Cajuru SP IV-V 2.3 (IAG) 1997 02 10 04 13 39 -19.82 -47.25 Araxa MG 2.4 (UnB) 1997 07 17 16 45 45 -20.82 -47.17 Antas SP 2.9 (UnB) 1999 04 11 20 26 50 -20.05 -47.28 Jaguarinha MG 2.9 (IAG,UnB,IPT) 2000 09 28 16 04 08 -20.93 -49.05 Catiguá SP 3.4 (IAG,UnB) 2004 08 06 14 00 -21.19 -49.15 Marapoama SP IV 1.5 (IAG) varios eventos 2004 08 21 07 10 00 -21.19 -49.15 Marapoama SP 0.7 (IAG) varios eventos 2005 03 11 05 38 26 -21.06 -48.50 Bebedouro SP IV 2.6 (IAG,UNESP-RC) 2005 03 30 11 41 14 -21.06 -48.50 Bebedouro SP V 2.9 H=001 (IAG,UNESP-RC) 2005 04 02 15 25 17 -21.06 -48.49 Bebedouro SP V 2.8 H=001 (IAG,UNESP-RC) ================================================================================= Io = intensidade máxima no epicentro, escala Mercalli Modificada Raio = distância média (km) até onde o tremor foi sentido magnitude mb = Magnitude Richter Hora UT = Universal Time = horário local (Brasília) + 3 horas