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FORMAÇÃO DE
NUVENS
As nuvens
são constituídas por gotículas de água ou cristais de
gelo que se formam em torno de núcleos microscópicos na
atmosfera. Há vários processos de formação das nuvens
e das suas conseqüentes formas e dimensões.
As nuvens
são causadas pelo arrefecimento do ar até a
condensação da água, devido à subida e expansão do
ar. É o que sucede quando uma parcela de ar sobe para
níveis onde a pressão atmosférica é cada vez menor e
o volume de ar se expande. Esta expansão requer energia
que é absorvida do calor da parcela, e, por isso, a
tempetura desce. Este fenômeno é conhecido por resfriamento
adiabático. A condensação e congelamento ocorrem
em torno de núcleos apropriados, processos que resultam
ao arrefecimento adiabático, o qual, em troca, resulata
de ar ascendente.
Há dois
tipos principais de elevação do ar: lento e em área
vasta e rápido e localizado. O primeiro é
característico das depressões extratropicais,
particularmente numa superfície frontal quente: o
avanço de uma massa de ar quente que desaloja uma massa
de ar frio. Quando se desloca a uma velocidade de alguns
centímetros por segundo o ar leva pouco mais de cinco
horas para subir cerca de 800 m. Deste modo, este tipo de
subida do ar pode demorar muitas horas para atingir a
persistência das nuvens observadas numa depressão. No
seio de tão vasta e regular subida do ar, as taxas de
condensação são também regulares e as gotículas
resultantes são certamente pequenas. A nuvens resultante
será como um lençol, uniforme, cobrindo áreas vastas e
com uma espessura de quase 1 km. São as nuvens chamadas estratiformes
(do latim stratum, que significa camada ou folha).
Podem ocorrer a vários níveis na parte inferior da
atmosfera, mas são mais freqüentes abaixo dos 5 km.
Este tipo de nuvem é freqüente por todo o Globo e é
grandemente responsável por cerca de 50% da nebulosidade
terrestre.
A subida
localizada é devida a convecção. Bolhas térmicas com
algumas dezenas de metros do diâmetro sobem até o
nível de condensação no qual a vemos aparecer como
nuvens. A forma "amontoada" resultante é
chamada cumuliforme (cumulus, em latim,
significa massa). Em contraste com as nuvens
estratiformes, as nuvens culmuliformes tem tendências
para formas definidas: terem alguns quilômetros de
extensão, serem freqüentemente tão altas quanto
extensas e manterem-se por algumas horas. Ocasionalmente
podem ser tão altas quanto a troposfera (a camada mais
baixa da atmosfera). Este tipo de nuvens está associado
a instavbilidade atmosférica na generalidade: quanto
maior for a instabilidade tanto mais vigorosas e altas
serão as nuvens cumuliformes.
As
montanhas e os vales são fatores importantes para a
subida de ar. Podem influenciar os dois tipos de nuvens,
ou tendendo para intensificar uma tendência já
existente para uma forma estratificada ou para reforçar
o desenvolvimento de nuvens cumuliformes sobre regiões
montanhosas à custa das planuras à volta.
CLASSIFICAÇÃO
DAS NUVENS
A
simplicidade aparente dos dois mecanismos de formação
das nuvens esconde uma grande quantidade de formas,
tamanhos e cores das nuvens. Esta variedade há muito vem
sendo aprecida e isso levou a encontrar uma ordem, há
mais de 150 anos. Luke Howard, um farmacêutico inglês,
propôs uma classificação que, na essência, se mantém
ainda válida. O sistema consiste em dois critérios
descritivos: forma e altura, de preferência a "onde
formam as nuvens". Embora este esquema tenha sido
criticado e outras alternativas tenham sido propostas,
ele continua ainda a ser usado porque é simples e requer
apenas observação cuidadosa e não um conhecimento
perfeito dos processos atmosféricos. Howard reconheceu
três categorias de altura: alta (a 6 km ou mais), média
(de 2 a 6 km) e baixa (abaixo dos 2 km). A partir destes
critérios foram identificados dez tipos fundamentais de
nuvens, dos quais oito caem nas três categorias de
altura e duas ocorrem mais do que um estrato.
Nos
níveis mais altos ocorrem três tipos: cirros,
cirrostratos e cirrocúmulos. São nuvens de gelo, com um
aspecto fibroso e emplumado. Os cirros são nuvens
separadas com filamentos brancos delicados. Os
cirrocúmulos formam uma camada fina, sem sombras,
misturadas ou separadas e organizadas de modo regular. Os
cirrostratos são uma nuvem com aspecto de véu
esbranquiçado e transparente, de aparência fibrosa ou
macia, numa área imensa do véu.
Nos
níveis médios ocorrem dois tipos: altocúmulos e
altostratos. Os altocúmulos apresentam-se como um manto
de massa pequenas e arredondadas, freqüentemente
misturadas. É freqüente serem chamadas céu de
cavalas ou sardas (mackerel sky), por causa da
semelhança com os desenhos das manchas daqueles peixes.
É, freqüentemente, sinal de chuva. Uma forma
particularmente impressionante é o subtipo chamado lenticularis.
São as nuvens em forma de lentes associadas com ondas na
atmosfera. Os altostratos são um manto nebuloso
cinzento, com aparência bastante uniforme. Como o nome
sugere, é uma nuvem estriforme na camada média.
Nos
níveis inferiores ocorrem três tipos de nuvens:
nimbostratos, estratocúmulos e estratos. Os nimbostratos
são uma camada nebulosa cinzenta que dá precipitação
(nimbus, em latim, significa chuva). São, por
isso, frequentemente escuros e difusos, com nuvens
baixas, esfarrapadas, por baixo da base principal.
Os
estratocúmulos são nuvens que contem massas
arredondadas, reminiscência cumuliforme, daí a
designação composta. Os estratos são a camada
acinzentada com a base uniforme. Se dão precipitação,
transformam-se em nimbostratos.
Os dois
tipos de nuvens que faltam são os cúmulos e
cumulonimbos. Os cúmulos são as nuvens amontoadas,
muito familiares, com aspecto de couve-flor, limites
arredondados bem definidos e bases praticamente planas.
Os cumulonimbos são as nuvens vigorosas, de
desenvolvimento vertical. Podem desenvolver-se em toda a
espessura da torposfera e quando isso acontece terão,
certamente, cristais de gelo na parte superior. Isto dá
\a nuvem um aspecto macio, fibroso, que se vê
freqüentemente com a forma nítida de bigorna, devido à
dispersão dos cristais de gelo pelo vento em altitude.
Estes dez
tipos de nuvens são apenas o núcleo de uma grande
multiplicidade de nuvens que, de fato, ocorrem na
atmosfera. Além disso, os tipos e as variações podem
coexistir em qualquer momento. Chega-se, assim, a toda a
espécie de configurações nebulosas, interessantes e
complicadas, que tem intrigado os observadores através
dos séculos. Apesar dos satélites que nos dão uma
perspectiva diferente das nuvens, vistas de cima e não
de baixo, estendendo-se por regiões imensas, e não uma
visão restrita, continuamos a precisar da
classificação de Howard.
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