A crosta
terrestre
A
estrutura da crosta terrestre pode ser determinada
através de dados geofísicos (sísmicos, gravimétricos
e magnéticos). Em geral, os dados trazem
informações sobre várias propriedades físicas das
rochas. Os dados de sísmica indicam
principalmente as descontinuidades entre unidades com
diferentes propriedades. As velocidades das ondas
sísmicas podem ser comparadas com experimentos de
laboratório em rochas sob condições de pressão e
temperatura conhecidas. Os dados gravimétricos
fornecem informações sobre a distribuição de massa
nas rochas que compõem a crosta. Os dados magnéticos
(principalmente os aeromagnéticos) proporcionam a
distinção entre grandes unidades tectônicas
(cinturões de dobramento e escudos).
Os
diferentes tipos de rocha encontradas na crosta são
também estudados através de furos de sondagem, de
estudos geoquímicos e petrogenéticos,
correlacionando-se com os resultados dos estudos
geofísicos.
As
velocidades das ondas sísmicas do tipo P
(longitudinais) indicam uma forte e bem definida
descontinuidade entre a crosta e o manto. Nesta
descontinuidade a velocidade aumenta bruscamente de
valores entre 6,8 - 7,2 km/s para 8,0 - 8,2 km/s, sendo
esta última característica do manto superior. Esta
descontinuidade é conhecida como descontinuidade de
Mohorovicic e possui espessura entre 0,1 km até alguns
quilômetros de espessura em certas regiões.
Podemos
dividir a crosta em duas estruturas distintas: crosta
continental e crosta oceânica. A crosta continental é
dividida em crosta continental superior, com espessuras
entre 10 e 30 km e composição química bastante
variada, sendo composta de rochas ígneas sedimentares
com baixo grau de metamorfismo, e crosta
continental inferior, cuja composição é menos
conhecida mas basicamente infere-se que são rochas
metamórficas, chegando a profundidades de 35 km em
média. A densidade da crosta continental varia entre
2,65 - 2,8 g/cm3. A descontinuidade que
separa a crosta continental superior da sua porção inferior é denominada
descontinuidade de Conrad, e nem sempre está bem marcada.
A crosta
oceânica é apresenta espessuras entre 5 - 8 km e é
mais densa (3,0 - 3,1 g/cm3) do que a crosta
continental. A rocha típica da crosta oceânica é o basalto.
Ela é relativamente mais delgada do que a crosta
continental.
Os limites
entre a crosta continental e a crosta oceânica não são
bem definidos. Em algumas áreas a transição é abrupta
(Andes) e outras onde a transição é gradual (margens
continentais passivas).
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