O manto superior
O manto
superior inicia sob a crosta oceânica a uma profundidade
média de 6 km e sob a crosta continental a uma
profundidade média de 35 km, atingindo profundidades de
até 400 km. A descontinuidade entre a crosta e o manto
é denominada descontinuidade de Mohorovicic.
Evidências
baseadas em dados geofísicos, geológicos, petrológicos
e extraterrestres indicam que a sua composição é peridotítica.
As velocidades das ondas sísmicas são tipicamente de
8,0 - 8,2 km/s, as quais são maiores do que as da crosta
inferior (6,5 - 7,8 km/s). Os dados geofísicos
demonstraram que entre 50 e 200 km de profundidade ocorre
uma diminuição na velocidade das ondas P
(longitudinais) e uma forte atenuação das ondas S
(transversais).
Esta
região é conhecida como zona de baixa velocidade.
Composição
química:
O modelo
mais aceito atualmente é baseado no peridotito,
que é uma família de rochas ultrabásicas
tipicamente compostas por olivina magnesiana
(aprox. 80%) e piroxênio (cerca de 20%). Essas
rochas ocorrem em cinturões de montanhas dobradas, ilhas
oceânicas e em kimberlitos.
As
evidências experimentais mostram que a fusão parcial de
peridotito pode originar os basaltos oceânicos
nas condições de pressão e temperatura existentes no
manto superior, sendo que este processo ocorre
provavelmente na zona de baixa velocidade.
Os estudos
efetuados em seqüências ofiolíticas e na litosfera
oceânica tem demonstrado que a formação de 5 km de
crosta oceânica efetua-se às custas da porção mais
superficial do manto superior. O grau de fusão parcial
deve ser de 25%, empobrecendo esta zona em componentes de
mais baixa temperatura de fusão. Existem evidências de
que o manto torna-se menos empobrecido com o aumento da
profundidade.
Composição
mineralógica:
Informações
importantes sobre a mineralogia do manto superior foram
obtidas por meio de estudos de ofiolitos, os quais
representam provavelmente secções do assoalho oceânico
englobadas pela crosta continental, apresentando
características um pouco diferentes daquelas encontradas
nas rochas da crosta oceânica, mas podem ser
considerados como representativos das mesmas.
Os
peridotitos do tipo granada-lherzolito (olivina
(60%), orto e clinopiroxênio (30%), espinélio
+ granada + plagioclásio (10%))
representam provavelmente os peridotitos do manto
primitivo, que ao sofrerem fusão parcial originam
líquidos basálticos, deixando como resíduos
harzburgitos (olivina (80%) e ortopiroxênio
(20%)) e dunitos (olivina). Em um gráfico
Pressão x Temperatura observa-se que em profundidades
menores a mineralogia deve ser a de um plagioclásio-lherzolito
(freqüentemente encontrado em ofiolitos) e com o aumento
da pressão passaria para espinélio-lherzolito
(nódulos em basaltos alcalinos) e em pressões
maiores ainda a mineralogia estável é a de granada-lherzolito
(nódulos em kimberlitos).
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