Doutorado: Eventos de chuva orográfica em Santa Catarina - climatologia e simulações numéricas

Data

Horário de início

14:00

Local

Sala 15 do IAG (Rua do Matão, 1226, Cidade Universitária)

Defesa de tese de doutorado
Aluna: Maria Laura Guimarães Rodrigues
Programa: Meteorologia
Título: Eventos de chuva orográfica em Santa Catarina: climatologia e simulações numéricas

Comissão julgadora
Profa. Dra. Rita Yuri Ynoue – IAG/USP
Prof. Dr. Ricardo de Camargo – IAG/USP
Prof. Dr. Romualdo Romero March - Universitat de lês Illes Balears/Espanha
Prof. Dr. Leonardo Calvetti – SIMEPAR/Curitiba-PR
Prof. Dr. Shigetoshi Sugahara – IPMet-UNESP/Bauru-SP
 
Resumo
Por sua hidrografia, vegetação, solo e relevo, o litoral de Santa Catarina é uma região vulnerável a eventos de inundação e movimentos de massa. Este trabalho tem como objetivo determinar as características sinóticas e físicas associadas a eventos de chuva extrema na região. Foi determinada a climatologia sinótica em tais eventos e realizadas simulações numéricas, avaliando o papel da orografia e da evaporação do mar. Foram selecionados 18 casos a partir de dados observacionais no litoral central de Santa Catarina, entre 1969-2010, considerando os extremos no q99,5% de chuva acumulada em cinco dias consecutivos. Os campos atmosféricos foram obtidos das reanálises do ERA-Interim. As simulações foram realizadas com o MM5 em dois domínios aninhados: 22,5 km e 7,5 km. A maior parte dos eventos ocorreu no verão (56%), em fevereiro. Em geral a chuva intensa concentra-se em 24 horas. Em todos os casos verificou-se uma alta pressão no Atlântico Sul, favorecendo ventos persistentes de leste/nordeste em baixos níveis, que resulta no transporte de calor e umidade para a costa catarinense. Na maior parte dos casos, predominam sistemas semiestacionários de alta pressão no mar e de ciclone em médios níveis, no Sul do Brasil ou área continental próxima. Experimentos de sensibilidade foram realizados com ausência da evaporação do mar (f1), da orografia (f2) e de ambos os fatores (f0), enquanto o experimento controle (f12) considera a presença da topografia e evaporação do mar. O método de Separação de Fatores foi empregado para avaliar os efeitos dos fatores, da orografia, da evaporação no mar e da interação entre ambos. Para os eventos de chuva no Litoral Sul, é grande o efeito da topografia no aumento da precipitação, assim como o efeito da interação. O efeito da evaporação no mar aparece principalmente quando ocorre chuva no Litoral Norte. Mas, nesses casos, o principal efeito no aumento da precipitação, nas áreas do litoral, é aquele produzido pela interação entre orografia e evaporação no mar. O efeito da interação é ainda de reduzir a precipitação em áreas no mar e no continente, concentrando a chuva na parte litorânea.
 
Palavras-chaves: Santa Catarina, climatologia sinótica, simulações numéricas.