Avaliação dos modelos de estimativa de precipitação do TRMM em Moçambique

Autor Bionídio Enoque Banze
Orientador Carlos Augusto Morales Rodriguez
Tipo de programa Mestrado
Ano da defesa 2016
Palavras chave Estimativa de precipitação, pluviômetros, avaliação, TRMM, Moçambique
Departamento Ciências Atmosféricas
Resumo

Os diferentes algoritmos de estimativa de precipitação do satélite TRMM (Tropical Rainfall Measuring Mission) (2A12, 2A25, 2B31 e 3B42) foram avaliados em Moçambique a partir de 24 estações pluviométricas durante o período de 1998 a 2012. As comparações indicaram que os produtos 3A12, 3A25 e 3B31 (produtos mensais dos algoritmos 2A12, 2A25, 2B31, respectivamente) geralmente subestimam a precipitação pluviométrica, enquanto o produto 3B43 (produto mensal do algoritmo 3B42) superestima a precipitação observada na maioria das estações pluviométricas. Testes estatísticos indicam que o 3B43 apresenta os melhores resultados, seguido do 3A12. O 3B43 tem correlações maiores que 0,8 enquanto que os demais algoritmos variam entre 0,5 e 0,7. O RMSE do 3B43 é da ordem de 40% da chuva mensal, enquanto que os 3A12, 3A25 e 3B31 tem 10%, 35% e 45% acima das médias mensais. Em geral todos os algoritmos tendem a subestimar as chuvas para precipitações mensais superiores a 300 mm/mês, mas o 3B43 tende a se aproximar das observações.  A análise do ciclo diurno revela que o 2A12 apresenta o período de máxima precipitação entre as 14 e 17 horas, os algoritmos 2A25 e 2B31 entre as 13 e 15 horas, enquanto o 3B42 entre as 16 e 18 horas.  A precipitação máxima estimada pelo 2A25 e 2B31 fica restrita a tarde e à noite durante o período chuvoso, ao longo da tarde, noite e madrugada no período seco. O 2A12 tem a maior atividade a tarde e noite durante o período chuvoso e no período seco mais picos durante a madrugada. Já o 3B42 apresentou máximos a tarde e noite durante o período chuvoso, e no período seco ocorria uma diminuição dos máximos da tarde e um aumento de madrugada. As chuvas observadas em Moçambique na média encontram-se abaixo de 9 km de altura e não ultrapassam os 12 km. A chuva mais alta está associada à chuva convectiva e pode atingir 12 km na região norte, 11 km no centro e 10 km na região sul.  Por outro lado, os topos estratiformes não passavam dos 8 km em todas as regiões de Moçambique. Durante o período chuvoso, tanto a chuva convectiva como a estratiforme contribuem quase igualmente, especialmente na região sul. Entretanto, durante o período seco, a contribuição convectiva pode variar de 50 a 100%, principalmente nas regiões norte e centro. Por fim a climatologia da chuva em Moçambique a partir do produto 3A25 revelou que praticamente não chove no continente durante o período de maio a setembro. Já no período chuvoso, chove mais sobre o continente do que sobre o oceano. A fração convectiva é maior no oceano do que no continente durante os meses de fevereiro a julho. Sobre o continente não existe muita diferença entre a chuva convectiva e estratiforme. Espacialmente observa-se que a altura média da chuva em Moçambique é da ordem de 7 km entre novembro e abril, já entre maio a agosto, a média da altura da chuva não passa de 5 km, sendo mais alta sobre o oceano.

Anexo d_bionidio_e_banze_corrigida.pdf