Características Sinóticas e Dinâmicas de Períodos Extremos Secos sobre o Sudeste do Brasil e sua Relação com a TSM do Atlântico Sul

Autor Luana Albertani Pampuch
Orientador Tercio Ambrizzi
Tipo de programa Doutorado
Ano da defesa 2015
Palavras chave eventos extremos secos de precipitação, Oceano Atlântico Sul
Departamento Ciências Atmosféricas
Resumo

O estudo de eventos extremos secos no sudeste do Brasil que ocorrem nas estações de outono, inverno e primavera e sua relação com anomalias de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) no Oceano Atlântico Sul (OAS) ainda não é bem entendida. Neste estudo, datas de eventos extremos secos para cinco regiões homogêneas em relação à precipitação no sudeste do Brasil foram determinadas para o período de 1982 a 2009 nas estações de inverno e de transição e as características sinóticas e dinâmicas destes períodos foram investigadas através da análise de anomalias de TSM, regiões fontes de umidade para o sudeste do Brasil, comportamento das frentes frias na América do Sul e posicionamento da Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS). O inverno foi a estação que registrou maior número de eventos secos, seguido do outono e da primavera. As regiões localizadas na porção norte do sudeste foram as que apresentaram o maior número de eventos, sendo estes também os mais longos (chegando a 117 dias). As regiões na porção sul do sudeste foram caracterizadas por menos eventos, sendo estes também mais curtos (máximo de 30 dias). A região localizada no centro da região sudeste se caracterizou por ser uma região de transição. Para o período de ocorrência destes eventos foi construído um modelo conceitual dos padrões sinóticos e dinâmicos. Quando ocorrem estes eventos um padrão tipo tripolo (negativo/positivo/negativo) é visto para as anomalias de TSM no OAS, aumento das fontes de umidade próximo da anomalia positiva de TSM e uma diminuição nas regiões de anomalias negativas de TSM. A ASAS se apresenta posicionada próxima do continente, o que impede a progressão normal dos sistemas frontais para latitudes mais ao norte, sendo estes sistemas registrados em menor número sobre o sudeste do Brasil. As frentes frias tendem a ficar concentradas no sul da América do Sul. Para as duas regiões homogêneas do sudeste localizadas mais ao norte, a característica do modelo conceitual se apresenta deslocado para norte e a ASAS parece não influenciar estes eventos. O padrão de TSM encontrado observacionalmente foi testado em simulações numéricas com o modelo climático regional RegCM4.3, em que a mudança na TSM representando o padrão de tripolo no OAS foi utilizado para investigar as mudanças na precipitação, padrões de circulação e no comportamento dos eventos secos e frentes frias na América do Sul. Os resultados do modelo confirmaram o estudo observacional.

Anexo t_luana_a_pampuch_corrigida.pdf