Pré-Estação Chuvosa e a Estação Chuvosa do Norte do Nordeste do Brasil: Aspectos Interanuais, Intrazasonais e Extremos

Autor Francisco das Chagas Vasconcelos Junior
Orientador Adilson Wagner Gandu
Tipo de programa Doutorado
Ano da defesa 2014
Palavras chave Pré-Estação, Nordeste, Intrasazonal, Precipitação.
Departamento Ciências Atmosféricas
Resumo

Uma análise do início e do fim da Pré-Estação Chuvosa (PESC) e da Estação Chuvosa (EST) no norte do Nordeste do Brasil (nNEB) é realizada com intuito de investigar as variações interanuais e intrasazonais durante esses períodos. Características médias de circulação atmosférica e convergência de umidade dentro da PESC e da EST são também discutidas, além da descrição da transição entre os períodos (TRNS). O comportamento anômalo do início/fim da PESC/EST é associado com índices climáticos referentes a anomalias de temperatura da superfície do mar (TSM) no Atlântico e Pacífico. Por fim, o efeito da Oscilação de Madden-Julian (OMJ) sobre Eventos Contíguos de Precipitação Extrema (ECPE) no nNEB são analisados durante a PESC e a EST. A identificação do início e fim da PESC e EST foi realizada analisando pêntadas de precipitação sobre a região durante o período de 1979 a 2010. O método empregado é baseado na análise da somatória do desvio da pêntada observada em relação à pêntada climatológica, sendo que esta soma se inicia durante o período de estiagem. O início/fim médio da PESC/EST apresentaram datas semelhantes às encontradas na literatura, ou seja, em média a PESC apresentando início em dezembro e término de janeiro, já para a EST o início foi encontrado no mês de fevereiro e o final em maio. A evolução do início da PESC se mostrou conectada ao desenvolvimento do Sistema de Monção da América do Sul (SMAS) na região central do continente juntamente com a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) sobre o Sudeste brasileiro e Atlântico Sul. Inversamente o término da PESC foi caracterizado pela retração do SMAS e, consequentemente, a não ocorrência da ZCAS. A ocorrência da PESC é translada no tempo, ocorrendo antecipadamente (tardiamente) quando o índice SAD (South Atlantic Dipole) é negativo (positivo). Os eventos tardios (antecipados) do início da PESC foram observados juntamente com episódios quentes (frios/neutros) do ENOS, ao passo que o término antecipado (tardio) durante eventos de fase quente (neutra/fria) do ENOS. O gradiente Inter-hemisférico de anomalia de TSM (IGS) não mostrou efeito significativo sobre anomalias do início e fim da PESC. O início antecipado (tardio) e término tardio (antecipado) da EST foram observados durante o índice negativo (positivo) do IGS. O índice SAD apresentou sinal significativo em relação ao início anômalo da EST. Contudo, o índice SAD positivo (negativo) está associado a término tardio (antecipado) da EST. As fases 4 e 5 do ciclo de vida da OMJ marcam o término da PESC em 75 % dos eventos analisados, que ocorreram durante a OMJ ativa, onde com compostos de anomalia de geopotencial em 200-hPa pôde-se verificar a propagação de ondas de Rossby barotrópicas sobre o Pacífico sul com atuação sobre o sudeste da América do Sul. A OMJ também mostrou efeito sobre a ocorrência de ECPE sobre o nNEB. Durante a PESC as fases 8-1-2 da OMJ parecem influenciar a ocorrência de eventos de precipitação intensa, modificando a circulação e transporte de vapor d’água sobre o setor norte da América do Sul. Indícios de propagação de ondas de Rossby sobre o Pacífico sul associada com OMJ são verificadas, sugerindo teleconexão trópicos-extratrópicos durante EPPC dentro a PESC. Na EST, as fases 8-2-3 tiveram maior ocorrência durante eventos ECPE. Compostos de altura geopotencial em 200 hPa durante a EST não mostraram propagação de ondas sobre o Pacífico sul, contudo a variabilidade das anomalias de vento em altos e baixos níveis indicou a influência da OMJ via teleconexão tropical.

Anexo t_francisco_c_vasconcelos junior_corrigida.pdf