Doutorado: Impacto hidrológico das mudanças climáticas na bacia do Rio Jaguari do Sistema Cantareira

Data

Horário de início

14:00

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Transmissão online


Defesa de tese de doutorado
Aluno: Leonardo Moreno Domingues
Programa: Meteorologia
Título: “Impacto hidrológico das mudanças climáticas na bacia do Rio Jaguari do Sistema Cantareira”

Comissão Julgadora:
Prof. Dr. Humberto Ribeiro da Rocha - IAG/USP - por videoconferência
Prof. Dr. Tercio Ambrizzi -IAG/USP - por videoconferência
Prof. Dr. David Montenegro Lapola – CEPAGI/UNICAMP - por videoconferência
Prof. Dr. Rodrigo Cauduro Dias de Paiva – IPH/UFRGS - por videoconferência
Prof. Dr. Eduardo Mario Mendiondo – USP São Carlos - por videoconferência
 
 
 
Resumo:
Uma recente seca histórica no Sistema Cantareira com ampla escassez regional afetou a cidade de São Paulo durante os anos de 2014 e 2015. As projeções climáticas para esta região apresentam alto grau de concordância que o final do século 21 será mais quente, mas as mudanças no padrão de precipitação são divergentes entre os modelos. Devido à grande importância no abastecimento hídrico de uma região densamente habitada, entender as potenciais alterações no balanço hídrico regional de tal sistema sob mudanças climáticas é bastante estratégico. Com o modelo físico SWAT cuidadosamente calibrado, foram usadas relações de "resposta ao forçamento" de variáveis climáticas chave (temperatura, precipitação, umidade e concentração de CO 2 ) baseadas nas projeções do CMIP5 sob cenário RCP8.5, para estimar os impactos das mudanças climáticas no balanço hídrico sobre a bacia do Rio Jaguari, que contribui com maior vazão afluente ao Sistema Cantareira. Essa abordagem procurou contornar os problemas comuns em estudos de avaliação de impacto regional com modelagem hidrológica, como o uso de poucos modelos globais e a escolha do método de regionalização. Com aumentos de temperatura variando de 1 a 5 °C, foram encontradas respostas opostas para o clima futuro devido às incertezas da precipitação nas projeções: com aumento da chuva, a evapotranspiração (vazão específica) média pode aumentar em até 25% (90%); com redução da chuva, evapotranspiração e vazão reduzem em até 10 e 50%, respectivamente. Além disso, é mostrado que a concentração de CO 2 tem um forte efeito em reduzir a condutância estomática, que resulta em menor evapotranspiração, que por sua vez, aumenta a vazão quase na mesma proporção. A temperatura e a umidade relativa isoladamente desempenharam papéis menores quando comparadas à chuva e à concentração de CO 2 . Com relação às respostas nos eventos extremos, mostramos que a vazão máxima pode superar o dobro do máximo histórico no clima futuro, e que as vazões mínimas podem reduzir em até 30% no caso de menos precipitação. Essas duas direções parecem igualmente prováveis, e é preciso cuidado para se adiantar aos maus efeitos de cada uma no processo detalhado de investigação e planejamento.
Palavras-chave: Sistema Cantareira. Mudanças climáticas. Balanço hídrico. SWAT.