Doutorado: Influência do fluxo de umidade na distribuição da precipitação na América do Sul

Data

Horário de início

14:00

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Transmissão online


Defesa de tese de doutorado
Aluno: Dejanira Ferreira Braz
Programa: Meteorologia
Título: Influência do fluxo de umidade na distribuição da precipitação na América do Sul

Comissão Julgadora:
Prof. Dr. Tercio Ambrizzi - IAG/USP – por videoconferência
Profa. Dra. Rosmeri Porfirio da Rocha – IAG/USP – por videoconferência
Profa. Dra. Raquel Olalla Nieto Muñiz – Universidade de Vigo/Espanha – por videoconferência
Profa. Dra. Anita Rodrigues de Moraes Drumond – UNIFESP – por videoconferência
Dr. José Antonio Marengo Orsini – CEMADEN – por videoconferência
 
 
Resumo
Dado o papel crucial da circulação de baixo nível para os eventos convectivos, este estudo apresenta uma caracterização climatológica das fontes e sumidouros de umidade associados à ocorrência de jatos noturnos de baixo nível (NLLJs) sobre a América do Sul. Seis núcleos NLLJ selecionados são identificados de acordo com o índice do jato que considera o cisalhamento da velocidade do vento vertical da troposfera inferior às 00:00 hora local (LT). O modelo Lagrangiano FLEXPART fornece as fontes e sumidouros de umidade para os núcleos NLLJ (Argentina, Venezuela e regiões do Brasil: sul - Brasil-S, sudeste - Brasil-SE, norte - Brasil-N e nordeste - Brasil-NE). A análise é baseada em 37 anos (1980-2016) da reanálise ERA-Interim. Descobrimos que o índice NLLJ é mais forte nos períodos quentes do ano (primavera e verão austral) nas seis regiões selecionadas. A frequência de NLLJ também é maior nos meses quentes do ano, exceto no Brasil-NE que permanece muito frequente em todos os meses. Brazil-NE NLLJ também persiste por 8 ou mais dias, enquanto outros NLLJs freqüentemente persistem por um ou dois dias. Os NLLJs ocupam uma ampla camada de baixo nível (de 1000-700 hPa) e exibem velocidade média entre 7-12 m s-1, com pico principalmente em 900 hPa. O transporte de umidade para cada NLLJ mostra que, além das intensas fontes locais de umidade, os NLLJs da Argentina e do Brasil-S recebem umidade do Oceano Atlântico Sul tropical-subtropical e da bacia amazônica, enquanto o Oceano Atlântico Sul tropical-subtropical é a principal fonte de umidade para Brasil-SE NLLJ. Para esses NLLJs, a umidade precipitará (sumidouro de umidade) sobre o centro-norte da Argentina, sul do Brasil, parte do sudeste do Brasil e o Oceano Atlântico Sul subtropical. Tanto as fontes de umidade quanto os sumidouros são mais fortes durante o verão e outono austral. O NLLJ Brasil-NE recebe umidade do Oceano Atlântico Sul tropical, que possui fraca sazonalidade. As fontes de umidade para os NLLJs Brasil-N e Venezuela vêm do Oceano Atlântico Norte tropical durante o verão e outono austral, enquanto o Oceano Atlântico Sul tropical aparece como uma fonte adicional de umidade no inverno austral. Dado o importante controle de NLLJ sobre os eventos de tempo e clima, o objetivo deste estudo é obter uma climatologia sazonal completa de NLLJs sobre a América do Sul e suas fontes de umidade e sumidouros associados. Portanto, aplicamos o índice NLLJ proposto por Rife et al. (2010) para identificar os jatos, e utilizou o modelo Lagrangiano FLEXPART (Stohl et al., 2005) para obter as fontes / sumidouros de umidade por um período de 37 anos (1980-2016). Este estudo é de suma importância, pois fornecerá orientação para a previsão do tempo, identificando as regiões onde os NLLJs são mais frequentes. Além disso, a identificação das fontes e sumidouros de umidade para cada NLLJ pode ajudar a compreender os eventos climáticos extremos de seca ou inundação. 
Palavras-chave: jato noturno de baixo nível, América do Sul, transporte de umidade, precipitação, modelo Lagrangiano