Doutorado: Modelagem Numérica da Evolução da Paisagem Cenozoica na Amazônia

Data

Horário de início

14:00

Local

Auditório ADM-210


Defesa de tese de doutorado
Aluno: Tacio Cordeiro Bicudo
Programa: Geofísica
Título: “Modelagem Numérica da Evolução da Paisagem Cenozoica na Amazônia”
Orientador: Prof. Dr. Victor Sacek

Comissão Julgadora:
1. Prof. Dr. Victor Sacek – Geofísica-IAG/USP
2. Prof. Dr. André Oliveira Sawakuchi - IGc/USP - por videoconferência
3. Prof. Dr. Maurício Parra Amézquita - IGc/USP - por videoconferência
4. Profa. Dra. Camila Cherem Ribas – INPA - por videoconferência
5. Prof. Dr. Fabiano do Nascimento Pupim – UNIFESP - por videoconferência
 
 
Resumo
Durante o Cenozoico, a paisagem do norte da América do Sul evoluiu sob a influência combinada de diferentes processos geodinâmicos, entre os quais, a orogenia andina foi protagonista. Processos superficiais de erosão e sedimentação, o clima e a isostasia flexural da litosfera, respondendo ao soerguimento dos Andes, mudaram o padrão de drenagem em todo o continente. Adicionalmente, as variações topográficas devido à dinâmica mantélica, a chamada topografia dinâmica, também teve um papel nessa complexa evolução, que culminou no estabelecimento da maior bacia hidrográfica da Terra e da maior e mais biodiversa floresta tropical do planeta, a Floresta Amazônica. Com o objetivo de compreender o papel de cada processo na evolução da paisagem na Amazônia, em especial, a topografia dinâmica, a presente pesquisa apresenta novas simulações numéricas para a evolução da paisagem no norte da América do Sul, levando em consideração os principais processos geodinâmicos que moldaram a região ao longo do Cenozoico. Os resultados dos experimentos numéricos mostram que: (1) durante a orogenia andina, a carga da cordilheira devido ao espessamento crustal curva a litosfera e promove o desenvolvimento do sistema de bacias de ante-país; (2) os processos superficiais promovem o controle erosivo da cordilheira e transportam os sedimentos à jusante alterando gradativamente, de cratônica para andina, a fonte primária de sedimentos aportados às planícies amazônicas; (3) a cunha sedimentar andina prograda para leste sobre as planícies amazônicas à medida em que as bacias flexurais de ante-país são preenchidas e, posteriormente, (4) o aporte sedimentar crescente também preenche as bacias intra-cratônicas do Solimões e Amazonas, onde a subsidência dinâmica cria espaço de acomodação; (5) o influxo assimétrico de sedimentos para a planície amazônica inverte o gradiente topográfico do continente sul-americano e estabelece-se um sistema de drenagem transcontinental fluindo para leste. Os resultados das simulações foram traduzidos em habitats de primeira ordem, permitindo reconstruir a distribuição dos habitats ao longo da evolução amazônica e suas possíveis implicações para a evolução da biota. Mostra-se que, após o estabelecimento da drenagem transcontinental, a dinâmica fluvial na planície amazônica ocidental promove a instabilidade dos habitats ao alterar a proporção e a posição das florestas de terra firme e inundadas sazonalmente ao longo do tempo enquanto que as áreas dos escudos preservam as florestas de terra-firme desde o início das simulações.
Palavras-chave: Amazônia, Modelagem Numérica, Evolução da Paisagem, Rio Amazonas, Evolução dos Habitats