Doutorado: Variabilidade e tendências de temperatura no Sudeste do Brasil: uma análise em escalas local e regional

Data

Horário de início

14:00

Local

Auditório ADM-210


Defesa de tese de doutorado
Aluno: Rafael Cesario de Abreu
Programa: Meteorologia
Título: “Variabilidade e tendências de temperatura no Sudeste do Brasil: uma análise em escalas local e regional”
Orientador: Prof. Dr. Humberto Ribeiro da Rocha
Co-orientador: Prof. Dr. Ricardo Hallak

Comissão Julgadora:
1- Prof. Dr. Humberto Ribeiro da Rocha - IAG/USP
2- Prof. Dr. Pedro Leite da Silva Dias - IAG/USP - por videoconferência
3- Prof. Dr. Gabriel Constantino Blain - IAC- por videoconferência
4- Prof. Dr. Caio Augusto dos Santos Coelho – INPE - por videoconferência
5- Profa. Dra. Maria Elisa Siqueira Silva – FFLCH/USP
 
 
Resumo
As projeções do aquecimento global e do aumento de eventos climáticos extremos (Painel  Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas IPCC) são especialmente importantes para as áreas mais populosas, que penalizarão os grupos mais vulneráveis. O Sudeste do Brasil é um exemplo, que contribui com mais de 50 % do Produto Interno Bruto nacional, e abriga mais de 40 % da população. No entanto, as tendências históricas de temperatura não são homogêneas ao redor do globo, e particularmente na região Sudeste, devido a efeitos de distribuição de aerossóis, cobertura de superfície e circulações locais. Este estudo visa atribuir os principais fatores que contribuem para a determinação da variabilidade espacial e das tendências de temperatura no Sudeste. Com o modelo estatístico de Ribes et al. (2017) estimou-se um aumento de 1.1 °C em 50 anos na temperatura média regional observada, que não pode ser explicado sem o aumento de gases de efeito estufa, e que mais de 50 % da incerteza na estimativa dos parâmetros ajustados vem da variabilidade dos modelos. Na escala local, utilizando 52 estações meteorológicas no Sudeste, com um modelo estatístico Aditivo Generalizado (GAM), estimou-se a variabilidade espacial da média de temperautra mínima e máxima (Tmin e Tmax), respectivamente, que foram significativamente controladas pelos fatores de zonalidade e continentalidade (posição geográfica) e altitude (~ 5.0 °C), pela cobertura de superfície segundo o Índice de Vegetação de Diferença Normalizada (NDVI) para Tmin (~ 3.0 °C) e pela cobertura de nuvens para Tmax (~ 3.5 °C). Ainda, a análise do controle do NDVI sugere uma resposta heterogênea de Tmin que deve levar em conta a distribuição da cobertura vegetal mais localizadas. A variabilidade temporal de temperatura de longo prazo em cinco estações meteorológicas no estado de SP mostrou que a tendência ajustada pelo GAM traz informações mais acuradas da variabilidade se comparada com o ajuste linear, revelando uma provável influência do efeito de urbanização nas tendências da temperatura mínima, coerente com o crescimento da população nas cidades estudadas.
Palavras-chave: tendências de temperatura do ar, modelo aditivo generalizado, atribuição de mudança climática, modelos estatísticos, mudança de uso da terra