Mestrado: Climatologia e ambiente de tempo severo na Amazônia

Data

Horário de início

14:00

Local

Sala 15 do IAG (Rua do Matão, 1226, Cidade Universitária)


Defesa de dissertação de mestrado
Aluna: Ana Maria Pereira Nunes
Programa: Meteorologia
Título: Climatologia e ambiente de tempo severo na Amazônia

Comissão julgadora
Profa. Dra. Maria Assunção Faus da Silva Dias – IAG/USP
Prof. Dr. Edmilson Dias de Freitas – IAG/USP 
Profa. Dra. Julia Clarinda Paiva Cohen – UFPA/Belém-PA
 
Resumo
A região amazônica desempenha papel fundamental na regulação do clima, tanto em escala regional quanto em escala global. A precipitação na região é bastante heterogênea, sobretudo devido à vasta extensão territorial da Amazônia. Dentre os sistemas responsáveis pela precipitação, alguns se destacam como eventos extremos de tempestades, como pode ser verificado em diversos estudos anteriores. Contudo, diferentemente das latitudes médias, na região tropical não há um conjunto de definições amplamente conhecido e difundido para identificação de tempo severo. O presente estudo busca identificar um critério para identificação de tempo severo na região amazônica a partir da base de dados Precipitation Features (PF) – 1998 a 2012 - gerados e armazenados pela Universidade de Utah, com base nos dados do satélite TRMM. Além disso, identificar características sinóticas associadas ao ambiente de ocorrência destes eventos, através de composições com dados da reanálise CFSR-NCEP, bem como parâmetros importantes na identificação de tempestades. Utilizando o subconjunto PCTF do Nível 2 da base de dados PF, o critério estabelecido para identificação de casos severos compreende sistemas com: 80 pixels ou mais PCT85 GHz <250 K; 1 pixel ou mais com PCT85 GHz < 100 K; volume de chuva convectiva maior do que 1000 mm/h km² e pelo menos um registro de raio. Comparando os sistemas selecionados pelo critério com os Sistemas Convectivos de Mesoescala já catalogados é possível notar que a distribuição sazonal é semelhante, embora as estações com maior número de casos sejam as estações de transição (primavera e outono, 429 e 223 casos respectivamente). Com a região amazônica dividida em seis sub-regiões e os casos acumulados por trimestre (JFM, AMJ, JAS, OND) sub-região Southern Amazonia (SA) contabiliza o maior número de casos, com um total de 271 para o período do estudo, sendo OND trimestre com maior ocorrência (135), o menor AMJ (29). O mês de outubro chama atenção para esta sub-região como o mês com maior número de casos, totalizando 59, dos quais 83% ocorrem a partir das 12 horas local. Estes casos foram investigados nas composições de reanálise, assim como os casos a partir de 12 horas local de outubro da sub-região Central Amazonia (CA). De forma geral: 1) SA tem maior área com cisalhamento médio mais intenso (8 m/s) do que CA, principalmente para 00Z, 06Z e 12Z; 2) valores médios de divergência positiva do vento em 200 hPa mostram-se mais significativos para CA do que para SA; 3) convergência do vento em 950 hPa é mais evidente para SA do que para CA e 4) CA é predominantemente mais úmida em baixos níveis do que SA. Histogramas com valores pontuais para cada um destes casos, em ambas as sub-regiões, são apresentados no intuito de auxiliar a identificação destes casos por previsores. O critério de identificação de tempo severo na Amazônia mostra-se eficiente, enquanto o cisalhamento do vento entre 500-850 hPa e a convergência do vento em 950 hPa destacam-se como parâmetros importantes na região SA, onde há maior ocorrência de tempestades severas.
Palavras chave: Tempo severo, Amazônia, TRMM, Características de Precipitação.