Mestrado: As diversas faces da galáxia de Seyfert NGC 5643

 

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Realizamos uma análise detalhada dos 350 parsecs centrais da galáxia NGC 5643. Nosso objetivo foi investigar as condições e mecanismos por trás da emissão do gás. Para isso, foram analisados dados de espectroscopia de campo integral de alta resolução no óptico e infravermelho próximo. O bicone de ionização teve sua estrutura examinada através de linhas de emissão de diferentes graus de ionização. O [Fe II]λ16440, menos obscurecido pela poeira, revelou os cones até suas bordas, exibindo uma morfologia de ampulheta e cinemática distinta das regiões próximas do eixo de ionização. O gás ionizado apresentou alta extinção principalmente para o lado oeste onde atingiu Av ≈ 4,4 magnitudes. A estrutura de poeira provavelmente está associada a um anel molecular de gás alimentado pela espiral circumnuclear. Para nordeste, onde a extinção cai, favorece que o bicone de ionização esteja acima do plano do disco. Densidades eletrônicas foram encontradas com valores maiores no lado oeste, onde o cone possivelmente cruza o disco da galáxia. As densidades observadas atingiram ne ≈ 1200 cm-3 na posição nuclear e permaneceram igualmente altas até 0,47′′ em direção ao cone oeste. Foram detectados outflows no gás ionizado e na fase molecular. Nas regiões internas dos cones, outflows bicônicos de baixa velocidade atingiram FWHM ([F eV II]λ6086) ≤ 560 km/s. Ausentes na fase molecular, outflows de alta velocidade foram encontrados principalmente nas paredes dos cones de ionização e na região central do cone oeste, atingindo FWHM (Hα) ≤ 926 km/s. Diagramas de diagnóstico indicaram o AGN como a fonte primária de ionização. No entanto, alguns resultados sugeriram uma fonte adicional. [Fe VII]λ6086/Hβ apresentou altas razões fora do núcleo, sugerindo a presença de fast shocks. Essas regiões foram encontradas alinhadas ao jato em rádio e na direção de emissão ionizada associada a outflows. Além disso, os perfis de luminosidade indicaram um declínio radial mais suave do que o esperado devido a um AGN. Esses resultados sugerem que o jato de rádio está potencialmente alterando a ionização e a cinemática da região central da galáxia. Estudos detalhados no Universo local, como o atual, nos fornecem mais evidências de como os fenômenos associados a AGNs impactam o gás das galáxias.