Mestrado: Formaldeído na atmosfera urbana e florestal: dados de satélite para o estado de São Paulo

Data

Horário de início

14:00

Local

Auditório ADM-210


Defesa de dissertação de mestrado
Aluno: Arthur Dias Freitas
Programa: Meteorologia
Título: “Formaldeído na atmosfera urbana e florestal: dados de satélite para o estado de São Paulo”
Orientador: Profa. Dra. Adalgiza Fornaro

Comissão Julgadora:
1- Profa. Dra. Adalgiza Fornaro - IAG/USP
2- Profa. Dra. Samara Carbone – UFU
3- Prof. Dr. Nilton Manuel Évora do Rosário – UNIFESP – por videoconferência
 
 
Resumo
O formaldeído (HCHO) é um produto comum da oxidação atmosférica de compostos orgânicos voláteis (COV), mas também apresenta fontes de emissão direta, antropogênicas, biogênicas e pirogênicas. Seu tempo de residência na atmosfera é de poucas horas, qualificando-o como um bom traçador dos COV que lhe deram origem e dos produtos provenientes da sua fotólise, oxidação ou deposição úmida, sobretudo de ozônio troposférico. O HCHO vem sendo monitorado de forma remota por satélites em órbita desde a década de 1970, porém, ainda não existiam estudos que avaliassem as colunas monitoradas sobre o estado de São Paulo. Este trabalho teve como objetivo utilizar as colunas atmosféricas de formaldeído, registradas pelo espectrômetro TROPOMI, a bordo do satélite Sentinel-5P, para estudar como as suas concentrações em áreas urbanas e florestais do estado de São Paulo se relacionaram com as condições meteorológicas, registros de focos de queimadas e concentrações de ozônio troposférico no ano de 202 0. Foram avaliadas 19 áreas específicas em quatro regiões: duas áreas de Mata Atlântica preservada (PEMD e PETAR); um cultivo de cana-de-açúcar (NERG); e a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), incluindo áreas densamente urbanizadas e uma terceira área de Mata Atlântica preservada, próxima à megacidade (Reserva do Morro Grande). Um total de 3.677 dados validados foram analisados, correspondendo a uma média de 193 dias de passagem de satélite para cada área. Também foi avaliada a diferença estatística entre as concentrações identificadas na Região Metropolitana de São Paulo (12,2 ± 7,30 x 1015 moléculas/cm²) e nas outras três regiões de interesse no interior do estado (9,49 ± 6,38 x 1015 moléculas/cm²). Uma metodologia para estimativa da concentração de HCHO em superfície a partir das colunas atmosféricas foi proposta, possibilitando a comparação dos resultados com estudos realizados com instrumentos em superfície. Estudos de caso com dias selecionados de 2020 mostraram que as queimadas no interior do estado se relacionaram com os episódios de máxima densidade das colunas de formaldeído. As concentrações desse constituinte nas áreas urbanas foram maiores nos dias de semana, com maior circulação de automóveis nas ruas. Os resultados apresentaram significativa sazonalidade, com maiores concentrações durante o inverno e menores concentrações durante o verão, períodos de seca e chuva, respectivamente.
Palavras-chave: HCHO, megacidade, ozônio troposférico, queimadas, TROPOMI