Defesa de dissertação de mestrado
Estudante: Paulo de Rosa Lombardi
Programa: Meteorologia
Título: “Impacto da Oscilação de Madden-Julian na velocidade do vento na região Nordeste do Brasil”
Orientador: Prof. Dr. Tércio Ambrizzi
Comissão Julgadora
- Prof. Dr. Tercio Ambrizzi - IAG/USP
- Prof. Dr. Everaldo Barreiros de Souza - UFPA - por videoconferência
- Prof. Dr. Cristiano Prestrelo de Oliveira - UFRN - por videoconferência
Resumo
O Nordeste do Brasil possui um alto potencial eólico e a regularidade dos ventos na região pode ser afetada por sistemas meteorológicos comumente influenciados pela Oscilação de Madden-Julian (OMJ). Com a série temporal dos índices RMM1 e RMM2 para o ciclo de vida da OMJ e uma análise de composições para as anomalias de vento a 100 m, avaliou-se o impacto da OMJ no vento no Nordeste em cada fase e mês do ano. As fases 1, 2 e 8 são as que mais desfavorecem o vento, enquanto que as fases 4, 5 e 6 são as que mais favorecem. As fases 3 e 7 representam um comportamento de transição, sendo que a fase 3 se aproxima mais das fases 1, 2 e 8, especialmente nos meses de fevereiro a abril, enquanto que a fase 7 fica mais próxima das fases 4, 5 e 6, exceto entre o inverno e a primavera. A mesma análise de composições foi aplicada nos dados de pressão ao nível médio do mar e de altura geopotencial, função corrente e potencial de velocidades em 250 e 500 hPa. Os ventos mais fracos nas fases 1, 2 e 8 podem ser compreendidos pela anomalia de divergência em altitude na América do Sul e região da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), pela circulação atmosférica favorável ao avanço de transientes para baixas latitudes, pelo enfraquecimento e/ou afastamento da Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) e, menos frequentemente, por uma possível intensificação e/ou deslocamento para leste da Alta da Bolívia. No caso das fases 4, 5 e 6, os ventos mais favorecidos associam-se a anomalia de convergência em altitude sobre a América do Sul e região da ZCIT, o fortalecimento da ASAS ou surgimento de uma alta anômala próxima à costa, à circulação atmosférica desfavorável ao avanço de transientes para baixas latitudes e, menos frequentemente, ao adentramento do Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN).
Palavras-chave: Energia renovável, Geração eólica, Nordeste brasileiro, Ventos alísios, Oscilação de Madden-Julian, Composições