O seminário do Departamento de Ciências Atmosféricas do IAG/USP terá duas apresentações:
"Flash Flood Forecasting in São Paulo Using a Binary Logistic Regression Model", com apresentação de Andrea S. Viteri López (IAG/USP).
Resumo: Este estudo apresenta um modelo de previsão de alagamentos que utiliza o método de regressão logística binária para determinar a ocorrência de eventos de alagamentos em diferentes bacias hidrográficas da cidade de São Paulo. Este estudo é baseado em dois anos (2015-2016) de estimativas de chuva do radar meteorológico Doppler banda S de dupla polarização (SPOL) e pontos de alagamento observados pelo Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) da Prefeitura de São Paulo. O modelo de regressão logística relaciona a precipitação diária acumulada, taxa de precipitação máxima e duração diária da precipitação. Como resultado, o modelo apresentou uma probabilidade de detecção (POD) de 46% (71%) em média para eventos de alagamento (condicional), enquanto, para eventos sem alagamentos, atingiu 98% de probabilidade. Apesar do um POD médio baixo para ocorrência de alagamentos, o modelo demonstrou bom desempenho para bacias hidrográficas localizadas na zona leste da cidade próximo ao rio Tietê e na região sudeste com probabilidades acima de 50%.
"Análise da Variabilidade Espacial e Temporal das Concentrações de Gases e Material Particulado na Região Metropolitana de São Paulo e seu Transporte para outras regiões utilizando Imagens de Satélite e Modelagem Numérica", com apresentação de Noelia Rojas Benavente (IF/USP).
Resumo: Analisamos a variabilidade espacial e temporal das concentrações de partículas finas (PM2,5 ; ≤ 2,5 μm de diâmetro aerodinâmico), óxidos de nitrogênio (NOx , NO + NO2 ), monóxido de carbono (CO) e ozônio troposférico (O3 ) no sudeste do Brasil, usando dados observacionais e as simulações do modelo de Pesquisa e Previsão do Tempo (WRF-Chem). Sessenta estações de qualidade do ar, uma estação AERONET e quatro períodos de estudo de um mês foram selecionados para caracterizar a qualidade do ar na região. As concentrações de poluentes atmosféricos de uma estação móvel foram incluídas para avaliar o impacto do transporte regional de emissões da Região Metropolitana de São Paulo (MASP) nos níveis de poluentes atmosféricos em áreas rurais. As emissões de entrada compreendem as emissões de veículos derivadas de um modelo de emissão de bottom-up, bem como cálculos on-line de taxas de emissão biogênicas e de incêndio. Dado que o estado atmosférico afeta a dispersão da poluição do ar, uma avaliação do modelo sobre as condições meteorológicas foi realizada para melhor avaliar o desempenho do modelo em reproduzir as concentrações de poluentes. Foi encontrada uma boa concordância geral entre as simulações do modelo e as observações para a temperatura e umidade, com coeficientes de correlação superiores a 0,85 na maioria dos casos. As previsões do modelo de PM2,5 , NOx , CO e O3 concordaram bem com as observações em termos de variações e tendências temporais, com discrepâncias de observação do modelo devido a incertezas nos inventários de emissões. A evolução temporal do CO e PM2,5 mostrou uma forte dependência na velocidade e direção dos ventos ao longo dos períodos de estudo. Os padrões diurnos característicos de O3 observados em áreas urbanas, mas principalmente em áreas rurais onde os níveis de O3 foram ainda maiores devido às contribuições de precursores de O3 do transporte regional do MASP e regiões upwind no meio, foram bem representados pelo modelo. As altas concentrações de O3 medidas na estação móvel indicam a necessidade de um monitoramento mais ativo da qualidade do ar nas regiões do interior do sudeste do Brasil, onde vivem milhões de pessoas.
Haverá transmissão pelo canal do Departamento de Ciências Atmosféricas: https://www.youtube.com/@AtmosferaIAGUSP/live