Análise da profundidade óptica do aerossol obtida a partir de distintas plataformas na região de Campo Grande/MS
Autor | Franciane Rodrigues |
Orientador | Marcia Akemi Yamasoe |
Tipo de programa | Mestrado |
Ano da defesa | 2016 |
Palavras chave | Aerossol, satélite, sensoriamento remoto, AERONET, MODIS, CALIPSO, queimadas na Amazônia. |
Departamento | Ciências Atmosféricas |
Resumo | As partículas de aerossóis podem afetar o balanço energético da Terra a partir, por exemplo, da sua interação direta com a radiação atmosférica (solar e terrestre). A interação da radiação solar com essas partículas ocorre através de processos físicos (absorção e espalhamento) que reduzem a quantidade de radiação incidente na superfície terrestre, alterando o seu balanço de energia assim como as condições meteorológicas locais. Com o uso de radiômetros a bordo de satélites e instalados em superfície é possível fazer o estudo das propriedades ópticas e microfísicas dessas partículas e, consequentemente, estimar seu impacto numa determinada região. Assim, o principal objetivo deste trabalho foi comparar a profundidade óptica do aerossol (AOD) estimada pelo fotômetro da rede AERONET, sensor MODIS a bordo dos satélites Terra e Aqua e avaliar os perfis verticais do aerossol estimados pelo sensor CALIOP a bordo do satélite CALIPSO para a região do cerrado, representado pela cidade de Campo Grande/MS, durante a estação seca entre os anos de 2006 a 2012. A variabilidade temporal da AOD mostrou que nos meses de agosto a outubro a AOD atinge seus maiores valores, consequente ao período de queimadas da Amazônia. Pela análise do coeficiente de Ångström, observou-se que durante o inverno e primavera houve o aumento da predominância de partículas da moda fina na região, oriundos da queima de biomassa. Cerca de 60 a 80 % dos dados recuperados pelo sensor MODIS da coleção 5.1 possui alta confiança, indicando casos livres de nuvens sobre a região de estudo. A variabilidade espacial da AOD mostrou que mesmo num período de forte impacto de aerossóis, Campo Grande mantém a homogeneidade espacial dos dados. As regressões lineares, que caracterizam a performance do algoritmo do MODIS, mostraram a subestimação para baixos valores de AOD e superestimação para altos valores de AOD quando comparados com os dados obtidos pela AERONET. Tais resultados podem estar associados a suposições inadequadas para o modelo óptico de aerossol e da correção da refletância de superfície no visível. A comparação estatística dos dados da AOD do CALIOP e MODIS-Aqua sobre a região não apresentou boa concordância e pode estar relacionada principalmente com a baixa amostragem, tanto dos dados recuperados do MODIS quanto do CALIOP. As informações de AOD recuperadas pelo CALIOP mostrou que Campo Grande é impactada por aerossóis de poeira poluída (42%), fumaça (33%), poeira (21%) e continental limpo (4,2%) com valores maiores de AOD no mês de setembro. Um estudo de caso foi realizado durante um evento de transporte de aerossóis com duração de três dias e observou-se que os sistemas frontais e a circulação de ventos podem auxiliar na alteração da concentração de aerossóis e, portanto, os valores de AOD sobre a região. |
Anexo | d_franciane_rodrigues_corrigida.pdf |