Doutorado: Análise do material particulado (indoor/outdoor) e efeitos na saúde em um Lar de idosos de São Paulo

Data

Horário de início

14:00

Local

Transmissão online


Defesa de tese de doutorado
Aluno: Natannael Almeida Sousa
Programa: Meteorologia
Título: Análise do material particulado (indoor/outdoor) e efeitos na saúde em um Lar de idosos de São Paulo
Orientador: Prof. Dr. Fabio Luiz Teixeira Gonçalves

Comissão Julgadora:
1- Prof. Dr. Fabio Luiz Teixeira Gonçalves - IAG/USP - por videoconferência
2- Prof. Dr. Daniel Silveira Serra - UECE - por videoconferência
3- Prof. Dr. Jairo Jose Pedrotti – UPM - por videoconferência
4- Profa. Dra. Marina Piacenti da Silva- UNESP - por videoconferência
5- Prof. Dr. Alexandre Leopold Busse - FMUSP - por videoconferência
 
 
Resumo
Entre os poluentes presentes no ar, o material particulado (MP) tem uma significante importância para a saúde pública devido a associação com efeitos adversos a saúde, principalmente em populações mais susceptíveis como idosos, crianças e pessoas com doenças pré-existentes. O objetivo da presente pesquisa foi avaliar o MP em dois ambientes (indoor/outdoor) em uma Instituição de longa permanências para idosos (ILPI-Ondina Lobo, São Paulo - SP). Foram realizadas medidas de MP, em diferentes faixas de diâmetro, usando um Impactador (PCIS-SKC) por 24 horas e medições de MP2,5 e partículas ultrafinas (UFP) durante o dia. A concentrações médias outdoor (32,0 μg/m³ para MP10 e 22,8 μg/m³ para MP2,5) foram maiores (p < 0.05) que o indoor (21,6 μg/m³ para MP10 e 14,6 μg/m³ para MP2,5), indicando a forte influência das fontes externas e reforçada pela relação entre os ambientes indoor/outdoor, r2 = 0.84 e 0,79 para PM10 e PM2.5, respectivamente. As medias diárias para MP10 e MP2,5 excederam as recomendações da OMS nos diferentes períodos do ano mensurados. Análises de elementos nas partículas quase-ultrafinas (<0,25) indicaram significativas concentrações de S, K e Na em todas as campanhas, além de outros elementos potencialmente nocivos à saúde. Altas concentrações de SO42-, NH4+ e NO3-, nas frações finas, indicaram a forte influência de emissões veiculares na região estudada, mesmo no ambiente indoor. Maiores medidas de NH4+ indoor indicaram fontes internas de amônia. UFP e MP2,5 evidenciaram a influência de fontes locais, principalmente em horários de maior taxa de ocupação nos espaços. Em complementação, estimativas de deposição indicaram uma fração de deposição 32% maior em homens do que em mulheres (indoor/outdoor), para UFP a deposição nos homens e mulheres registrou máximos de 1,4 x 109 kg-1 e 1,05 x 109 kg-1, respectivamente. Avaliações de risco carcinogênico (LCR) registraram valores médios de (2.2 × 10−5 e 4.6 × 10−5 / 1.9 × 10−5 e 3.8 × 10−5) outdoor e indoor respectivamente nos cenários subcrônico e crônico, indicando um significativo risco carcinogênico para os idosos, principalmente em maiores tempos de exposição. O estudo confirma que tanto o ambiente indoor como o outdoor podem ser potencialmente nocivos à saúde da população idosa residente no local estudado, evidenciando a importância do controle de emissões atmosféricas e a necessidade de estratégias para a redução desses poluentes onde essa população vive.
Palavras-chave: Material particulado, Partículas ultrafinas, Efeitos na saúde, População vulnerável, Idosos, Risco carcinogênico