Doutorado: Estudos da interação da poluição do ar e concentrações de hidrocarbonetos por floresta urbana

Data

Horário de início

14:00

Local

Transmissão online


Defesa de tese de doutorado
Aluno: Tailine Corrêa dos Santos
Programa: Meteorologia
Título: Estudos da interação da poluição do ar e concentrações de hidrocarbonetos por floresta urbana
Orientadora: Profa. Dra. Adalgiza Fornaro

Comissão Julgadora:
1- Profa. Adalgiza Fornaro (orientadora) - IAG/USP – por videoconferência
2- Profa. Ana Maria Yáñez Serrano – Institute of Environmental Assessment and Water Research – por videoconferência
3- Profa. Silvia Ribeiro de Souza – Instituto de Pesquisas Ambientais – por videoconferência
4- Profa. Pamela Alejandra Dominutti - Institut des Géosciences de l’Environnement, IRD, Grenoble – por videoconferência
5- Prof. Thiago Nogueira - Pós-doutorando IAG – por videoconferência
 
 
Resumo
Os hidrocarbonetos (HC) são os compostos orgânicos voláteis (COV) mais abundantes na atmosfera, sendo emitidos tanto por fontes naturais quanto antropogênicas. A principal fonte antropogênica envolve a produção e queima de combustíveis e entre as fontes naturais, destaca-se as biogênicas, uma vez que, em termos globais, podem exceder as emissões antropogênicas. O principal HC biogênico é o isopreno, emitido em grandes quantidades por plantas e que tem implicações importantes na química da atmosfera devido também à sua alta reatividade, além dos efeitos das condições ambientais em suas concentrações. Áreas verdes têm sido associadas a diversos serviços ecossistêmicos, incluindo a diminuição da poluição do ar, porém, é importante considerar, que o isopreno pode contribuir para a produção de poluentes secundários na atmosfera, como ozônio (O3) e aerossol orgânico secundário (SOA). Assim, este estudo teve como objetivo identificar a variabilidade espacial e temporal, e os impactos atmosféricos do isopreno biogênico e antropogênico na região metropolitana de São Paulo (RMSP), Brasil. Várias campanhas de medição foram conduzidas em três diferentes florestas urbanas, sendo uma fora da área densamente urbanizada (RMG), duas dentro dessa área (Matão e PEFI) e um local de contribuição mista floresta-tráfego veicular (IAG), totalizando 268 amostras em 2018-2019. Nas florestas urbanas as amostragens foram realizadas com cartucho Tenax e no IAG por sistema online e todas as análises realizadas pelo mesmo equipamento GCFID. As concentrações médias diurnas de isopreno foram 2 a 3 vezes maiores durante a estação chuvosa (IAG: 1,75 ± 0,93 ppb, Matão: 0,87 ± 0,35 ppb, PEFI: 0,50 ± 0,30 ppb, RMG: 0,37 ± 0,18 ppb) do que as observadas durante a estação seca (IAG: 0,46 ± 0,24 ppb, Matão: 0,31 ± 0,17 ppb, PEFI: 0,17 ± 0,11 ppb, RMG: 0,11 ± 0,07 ppb), em todos os pontos de amostragem. As concentrações médias de isopreno foram semelhantes às observadas em outros lugares do globo e menores do que as da floresta amazônica. Nossos resultados revelam diferenças nas concentrações de isopreno entre os locais, sugerindo que as condições ambientais, como a ilha de calor urbana e os tipos de vegetação podem ter um papel nesta variabilidade espacial. A estimativa da fração biogênica (85%) de isopreno foi superior à antrópica durante o período chuvoso e quente, enquanto a fração antrópica (52%) superou a biogênica durante o período mais seco. Essas frações apresentaram impacto significativo no potencial de formação dos poluentes secundários: ozônio (PFO: 7,19 a 33,32 µg m-3) e aerossóis (PFAOS: 0,41 a 1,88 µg m-3). Nossos resultados destacaram o papel do isopreno biogênico e seus potenciais impactos na qualidade do ar urbana de megacidades subtropicais, exigindo uma investigação mais aprofundada em um cenário futuro de mudança climática. 
Palavras-chave: Compostos orgânicos voláteis biogênicos (COVB), hidrocarbonetos (HC), isopreno, florestas urbanas, região metropolitana de São Paulo (RMSP).