Doutorado: Exposição ao Material Particulado Inalável Fino (MP2,5) e ao Black Carbon (BC) durante o deslocamento casa-trabalho pelos usuários de diferentes meios de transporte em São Paulo

Data

Horário de início

14:00

Local

Transmissão online


Defesa de tese de doutorado
Aluno: Veronika Sassen Brand
Programa: Meteorologia
Título: “Exposição ao Material Particulado Inalável Fino (MP2,5) e ao Black Carbon (BC) durante o deslocamento casa-trabalho pelos usuários de diferentes meios de transporte em São Paulo”
Orientadora: Profa. Dra. Maria de Fatima Andrade

Comissão Julgadora:
1- Profa. Dra. Maria de Fatima Andrade - IAG/USP - por videoconferência
2- Profa. Dra. Mariana Abrantes Giannotti - EP/USP - por videoconferência
3- Profa. Dra. Adelaide Cassia Nardocci - FSP/USP - por videoconferência
4- 4- Prof. Dr. Thiago Nogueira – FSP/USP - por videoconferência
5- Profa. Dra. Anne Dorothée Slovic – FSP/USP - por videoconferência
 
 
Resumo
Diariamente, milhares de passageiros, durante o deslocamento para o trabalho, têm exposição direta a poluentes atmosféricos por causa da sua proximidade com a principal fonte de emissão de poluentes nas áreas urbanas: os veículos. O presente estudo tem como objetivo principal avaliar a exposição da população ao material particulado inalável fino (MP2,5) e ao black carbon (BC) em diferentes meios de transporte motorizados (ônibus, carro e metrô) e de bicicleta em regiões distintas de São Paulo e em dois períodos do dia (manhã e noite). Para isso, medidas de concentração foram feitas com monitores portáteis de poluição do ar transportados dentro de uma mochila adaptada. As rotas dos meios motorizados foram distintas das rotas de bicicleta por questões logísticas. De maneira geral, a concentração média de MP2,5 e BC apresentou diferenças estatisticamente significativas entre os meios de transporte motorizados. A concentração média de MP2,5 foi duas vezes maior no metrô do que no carro e no ônibus, e em relação ao BC, a concentração média no ônibus foi duas vezes mais elevada que no metrô e 1,4 vezes maior que de carro. Entre as rotas motorizadas amostradas não houve diferença estatisticamente significativa, o que sugere que as concentrações de partículas dependem de outros fatores além da rota e região da cidade. Já nas medições de bicicleta, a escolha da rota impactou sensivelmente a exposição dos ciclistas, dependendo principalmente do nível de trânsito, do período do dia e da proximidade com áreas verdes. As concentrações médias de MP2,5 e de BC foram maiores no período da manhã do que a noite nos meios motorizados e de bicicleta, e concentrações mais altas, para ambos os poluentes, foram identificadas próximo à grandes avenidas e cruzamentos de ruas bem movimentadas, principalmente próximo aos corredores de ônibus das Av. Rebouças e Av. Consolação. Os passageiros de zonas de origem em regiões com maior renda e uso dominante de carro estão expostos à menores concentrações e doses inaladas do que as zonas de origem em regiões com renda mais baixa com o uso predominante de ônibus, evidenciando a desigualdade existente na exposição durante o deslocamento casa-trabalho. Os resultados demonstraram a necessidade de políticas públicas que priorizem a implantação de ônibus com combustíveis mais limpos, melhorem o sistema de ventilação dentro dos meios de transporte coletivos, principalmente do metrô, e que invistam em planejamento de ciclovias que aproveitem os espaços verdes da cidade e distanciem o ciclista do trânsito para diminuir a exposição da população aos poluentes atmosféricos. 
Palavras-chave: Exposição, Poluentes atmosféricos, Black carbon, Material particulado fino, Meio de transporte, Passageiros