Doutorado: Histórico de formação da Ponte de Magalhães e Asa da Pequena Nuvem de Magalhães a partir de aglomerados de estrelas

Data

Horário de início

14:00

Local

Auditório ADM-210


Defesa de tese de doutorado
Aluno: Raphael Augusto Pereira de Oliveira
Programa: Astronomia
Título: “Histórico de formação da Ponte de Magalhães e Asa da Pequena Nuvem de Magalhães a partir de aglomerados de estrelas”
Orientadora: Profa. Dra. Beatriz Leonor Silveira Barbuy – IAG/USP
Co-orientador: Prof. Dr. Francisco Ferreira de Souza Maia

Comissão Julgadora:
Presidente da banca: Profa. Dra. Beatriz Leonor Silveira Barbuy – IAG/USP
Banca examinadora:
1- Prof. Dr. Walter Junqueira Maciel - IAG/USP
2- Prof. Dr. João Francisco Coelho dos Santos Junior – UFMG - por videoconferência
3- Prof. Dr. Bruno Moreira de Souza Dias - U. Tarapacá/Chile - por videoconferência
4- Profa. Dra. Ana Leonor Chies Santiago Santos - UFRGS - por videoconferência
5- Prof. Dr. Leo Alberto Girardi - Observatorio di Padova/Itália – por videoconferência
 
 
Resumo:
português: Os aglomerados estelares localizados no Sistema de Magalhães são muito importantes na determinação do histórico de formação estelar e evolução química e dinâmica da Pequena e Grande Nuvens de Magalhães (SMC e LMC). A Ponte de Magalhães é a estrutura formada por forças de maré e pressão de arraste durante uma colisão recente entre a LMC e SMC, o par de galáxias-satélite mais próximo da Via Láctea. A análise da idade e assinatura química de sua população estelar é crucial para distinguir o modelo mais adequado acerca da origem e evolução do sistema Nuvens-Via Láctea. Há duas vertentes principais: (i) as Nuvens de Magalhães eram satélites independentes e se ligaram recentemente, há ~2 bilhões de anos; (ii) o Sistema de Magalhães é antigo e está em sua primeira passagem próximo à Via Láctea nos últimos ~2 bilhões de anos. Neste contexto, a importância dos aglomerados da Ponte de Magalhães tem sido negligenciada na literatura. O cenário de sua formação durante uma colisão há 200-300 milhões de anos, tal como proposto pelos modelos, implicaria assinaturas cinemáticas e gradientes de idade e metalicidade ao longo de sua extensão, os quais ainda precisam ser comprovados observacionalmente. Para explorar essa questão, esse trabalho combinou dados fotométricos profundos dos surveys VISCACHA e SMASH, obtendo homogeneamente idade, metalicidade, distância, parâmetros estruturais e massa de 33 aglomerados da Asa/Ponte, com ferramentas estatísticas robustas e modernas tais como cadeias de Markov via Monte Carlo e aprendizado de máquina. Dentre os 33 aglomerados, foram identificados dois grupos: 13 aglomerados bem estudados mais velhos do que a Ponte, com idades entre 0.5 e 4.7 bilhões de anos e [Fe/H] < −0.5; e 15 aglomerados mais jovens que 200 milhões de anos e com [Fe/H] > −0.5, provavelmente formados na própria Ponte. Os resultados principais incluem: (i) as idades e metalicidades foram determinadas pela primeira vez para 9 e 18 aglomerados, respectivamente; (ii) foram detectadas duas quedas de metalicidade na relação idade-metalicidade da Ponte, com idades similares às da formação da Ponte e da Corrente de Magalhães; (iii) uma massa estelar de 3−5×10^5 M⊙ foi estimada para a Ponte, mais de uma magnitude acima de estimativas anteriores; (iv) os aglomerados formados na Ponte são jovens e ricos em metais, com [Fe/H] ~ −0.4. O estudo também envolveu a análise de aglomerados em outras regiões da SMC e uso de dados de espectroscopia para refinar os resultados.
Palavras-chave: Nuvens de Magalhães, galáxias: evolução, galáxias: aglomerados: geral