Doutorado: Influência das variáveis atmosféricas e do gás CO2 na concentração populacional de vetores na região de Caxiuanã, Pará, Brasil

Data

Horário de início

14:00

Local

Sala 15 do IAG (Rua do Matão, 1226, Cidade Universitária)

Defesa de tese de doutorado
Aluno: Rommel Benicio Costa da Silva
Programa: Meteorologia
Título: Influência das variáveis atmosféricas e do gás CO2 na concentração populacional de vetores na região de Caxiuanã, Pará, Brasil

Comissão julgadora
Membros titulares:
Prof. Dr. Fabio Luiz Teixeira Gonçalves – orientador – IAG/USP 
Prof. Dr. Humberto Ribeiro da Rocha – IAG/USP  
Profa. Dra. Maria de Fátima Andrade – IAG/USP  
Prof. Dr. Eduardo Massad – FM/USP
Prof. Dr. Maria Anice Mureb Sallum – FSP/USP
 
Resumo
O estudo da interação entre mudanças climáticas e seus efeitos sobre a diversidade biológica tem pouca atenção dentro da linha de atuação da meteorologia, onde poucos estudos estão sendo realizados nesta área científica e, principalmente na área de abrangência da região Amazônica, considerando-se como um estudo que analisa a influência da variação nas atividades atmosféricas (através da alta emissão de gases de efeito estufa) sobre a biodiversidade local, correlacionando-o a estudos direcionados as complicações na saúde humana através de morbidades transmitidas por mosquitos. Diante destes poucos estudos, elaboramos uma análise estatística de 8 (oito) gêneros de mosquitos em algumas situações de prováveis condições meteorológicas em 7 (sete) períodos. As campanhas de coleta de espécimes foram realizadas nos meses de Julho, Setembro e Dezembro de 2005 e Fevereiro e Abril de 2006 dentro da Floresta Nacional de Caxiuanã, no estado do Pará, onde separou-se por períodos diferenciados dentro da região de estudo, adotando para efeito de significância, intervalos pré-definidos. Na análise do clima de municípios adjacentes, por década, as tendências positivas caracterizam elevação da temperatura do ar, em Altamira e Tucuruí, em média 0,3°C, em Breve, Cametá, Porto de Móz e Belém, média de 0,2°C, a umidade relativa do ar indicam tendências a diminuir, em média de 1,1% em Altamira, 1,2% em Breve, 0,9% em Cametá, 2,6% em Porto de Móz, 2,4% em Tucuruí e 1% em Belém e as análises no comportamento pluviométrico dos seis municípios indicaram elevação nos índices de chuva onde, Altamira aumentou 339,5mm; Breves, 289,4mm; Cametá, 395,3mm; Porto de Móz, 338,7mm; Tucuruí, 436,8mm e Belém, 328,9mm. As variáveis climáticas apresentam tendência positiva, afetando as populações de mosquitos conforme o gênero, a variável e o período (em parênteses), assim sendo, o nível de CO2 afeta as populações dos gêneros Coquillettidia e Culex, (no geral) e os dos Haemagogus, Sabethes e Limatus (no geral noturno), o vapor d'água as dos gêneros Culex e Sabethes, (no geral e geral dia), Wyeomyia (no geral noite) e Limatus (no geral), a temperatura do ar, as dos Limatus (no geral), Haemagogus (no geral e geral dia), os dos Coquillettidia, Ochlerotatus, Limatus e Lutzomyia (no geral noite) e a dos Sabethes e Wyeomyia (no geral: dia e noite), a umidade relativa do ar a do gênero Limatus e Culex (no geral), a dos Coquillettidia e Ochlerotatus (no geral e geral dia), a radiação solar a dos gêneros Haemagogus, Sabethes e Wyeomyia (no geral e geral dia), o calor latente a dos Haemagogus, Sabethes e Wyeomyia (no geral e geral: dia e noite), as dos Limatus (no geral e geral noite) e a dos Culex, Ochlerotatus e Lutzomyia (no geral noite), o calor sensível a dos Haemagogus, Sabethes e Wyeomyia (no geral e geral dia) e a do Lutzomyia (no geral noite), a precipitação a dos Haemagogus, Sabethes e Wyeomyia (no geral e geral: dia e noite), assim como a do Ochlerotatus (no geral e geral noite) e a do Limatus (no geral e geral dia), a pressão atmosférica a do Coquillettidia (no geral: dia e noite), a do Culex, Limatus e Lutzomyia (no geral noite), a do Wyeomyia (no geral e geral dia). Quando se exclui algumas variáveis (LE, H e UR; H2O e Tar), o CO2 apresenta tendência a afetar a população dos gêneros Coquillettidia (no dia: seco e chuvoso), a do Culex (no dia: seco e chuvoso e noite chuvosa), a dos Sabethes, Limatus e Lutzomyia (na noite chuvosa), o vapor d´água a dos gêneros Haemagogus, Sabethes, Wyeomyia e Limatus (no dia seco) e dos gêneros Coquillettidia, Sabethes, Wyeomyia e Limatus (na noite seca), a dos Culex, Ochlerotatus e Limatus (no dia chuvoso), a dos Coquillettidia, Haemagogus, Wyeomyia e Lutzomyia (na noite chuvosa) e a do Ochlerotatus (no dia e noite: seco e chuvoso), a umidade a dos Coquillettidia (no dia: seco e chuvoso), a dos Culex (no dia: seco e chuvoso e noite chuvosa) e Limatus (na noite chuvosa), a radiação a dos Haemagogus, Sabethes, Wyeomyia e Ochlerotatus (no dia: seco e chuvoso), a do Limatus (no dia seco) e a do Coquellettidia (no dia chuvoso), o calor latente a dos Sabethes, Wyeomyia e Ochlerotatus (no dia e noite: seco e chuvoso), a do Haemagogus (no dia: seco e chuvoso e noite chuvosa), a do Coquillettidia (no dia: seco e chuvoso), o Culex (na noite seca), o Limatus (no dia seco e noite chuvosa) e o Lutzomyia (na noite seca), o calor sensível a dos Haemagogus e Sabethes (no dia: seco e chuvoso) e a do Wyeomyia, (na noite seca), a do Ochlerotatus (no dia e noite: seco e chuvoso), a do Limatus (no dia seco), a dos Coquillettidia e Lutzomyia, (na noite seca) e a do Culex (na noite chuvosa), a precipitação a dos Coquillettidia e Haemagogus (no dia: seco e chuvoso e noite chuvosa), a do Culex (no dia: seco e chuvoso), a do Sabethes (na noite: seco e chuvoso e dia seco), as dos Wyeomyia e Limatus (no chuvoso: dia e noite), a do Ochlerotatus (na noite chuvosa e dia seco) e do Lutzomyia (noite: seco e chuvoso) e a pressão (dia e noite: seco e chuvoso) só não afetou a do gênero Limatus. Consequentemente, diversos gêneros possuem forte associação com as variáveis meteorológicas, mesmo em curto espaço de tempo (horas) e relacionadas aos seus respectivos habitats. Como exemplo há o gênero Coquillettidia associado às variáveis de precipitação e vapor de água, onde seu criadouro é em bromélias, dentro do dossel, depende da chuva e de altas concentrações de vapor. Todos os gêneros estão indiretamente, em vários casos diretamente, associados ao gás CO2, através das anomalias da concentração do mesmo na escala de tempo de 1 hora. Pela literatura, sabe-se que mosquitos em geral são atraídos pelo gás CO2, no entanto, a associação deste à concentração populacional dos mosquitos não tem precedentes.
 
Palavras chave: Concentração populacional, Estatistica, Concentração de CO2, Mosquitos.