A Conexão entre a Síntese Espectral no Visível e a Emissão Ultravioleta das Galáxias

Autor Maria Luiza Linhares Dantas
Orientador Laerte Sodre Jr.
Tipo de programa Mestrado
Ano da defesa 2015
Departamento Astronomia
Resumo

 Com a finalidade de comparar a emissão ultravioleta observada com a prevista pelo código de síntese espectral STARLIGHT utilizando espectros das bibliotecas de Populações Estelares Simples (SSPs) de Bruzual e Charlot (2003) como base espectral, selecionamos uma amostra de 999 galáxias, num intervalo de redshift de redshift de redshift de 0.05⩽z<0.075, observadas pelo Sloan Digital Sky Survey Data Release 7 e pelo satélite Galaxy Evolution Explorer GALEX Release 7.

Analisamos os dados fotométricos observados no óptico e no ultravioleta e encontramos uma forte correlação entre as cores no óptico (e.g. g-r) e a emissão ultravioleta. A partir da bimodalidade de cores no óptico, encontramos uma distribuição bimodal nos histogramas das cores (FUV-r) e (NUV-r) em acordo com trabalhos anteriores , o que, por outro lado, não ocorreu com a distribuição de (FUV-NUV). Além disso, nas distribuições de cores envolvendo o ultravioleta, notamos uma maior dispersão para as galáxias vermelhas no óptico (g-r < 0.6). Vários diagramas foram analisados, inclusive os de diagnóstico, como o BPT e o WHAN a fim de melhor caracterizar a nossa amostra.

   Verificamos que não existem correlações entre a emissão ultravioleta das galáxias e os parâmetros extraídos da síntese espectral para os nossos objetos. Também comparamos os dados observacionais no ultravioleta com a extrapolação do espectro sintético para a mesmo intervalo de comprimento de onda. Encontramos uma grande diferença entre os fluxos observados e os sintéticos para toda a amostra, mas uma dispersão ainda maior para galáxias do tipo Early-Type (com valores maiores de Dn4000). Tais diferenças foram analisadas em detalhe para uma subamostra com relação às principais SSPs que influenciam a emissão no ultravioleta. Notamos que as SSPs que mais contribuem para a forte emissão no ultravioleta não são as mesmas que mais contribuem com a síntese dos objetos no óptico; em geral, são populações muito jovens. Isso indica a necessidade de um possível ajuste na síntese para tratar melhor a região do ultravioleta.

Por fim, utilizamos o pacote AMADA, excelente para a visualização e diagnóstico de dados, a fim de reforçar a análise ao longo deste trabalho, ao colocarmos em prática ferramentas raramente usadas e até inéditas dentro do contexto astronômico, a fim de validar os resultados obtidos. Esta é, de fato, a primeira vez que um gráfico de cordas é usado em um contexto real astronômico.

Anexo d_maria_l_l_dantas_original.pdf