Análise de mesoescala de um evento convectivo em São Paulo e da assimilação de dados em simulações com o modelo WRF

Autor Rafael Cesario de Abreu
Orientador Ricardo Hallak
Tipo de programa Mestrado
Ano da defesa 2016
Departamento Ciências Atmosféricas
Resumo

Na primavera e verão do Hemisfério Sul, o Estado de São Paulo frequentemente enfrenta problemas decorrentes do tempo severo associados a Sistemas Convectivos de Mesoescala, como linhas de instabilidade. Esses eventos podem causar enchentes repentinas, como no caso da cidade de Franco da Rocha em janeiro de 2011. Esse evento foi responsável por causar a morte de treze pessoas, conforme divulgado pela mídia. Assim, o objetivo principal deste trabalho é identificar as principais razões físicas que levam à ocorrência de convecção vigorosa e persistente no Estado de São Paulo. Para isso, foram utilizados dados do Global Forecast System (GFS), para identificar os sistemas de escala sinótica, assim como servir de condições iniciais e de fronteira para o modelo Weather Research and Forecasting (WRF). Foram realizadas simulações com e sem assimilação de dados, em grade com 3 km de espaçamento, destacando-se testes de sensibilidade para verificar a influência do nudging observacional com dados de redes de superfície. Os resultados mostraram que a formação de um ciclone no oceano foi responsável por transportar umidade à região, além de formar uma área de convergência que se propagou para o interior do Estado na forma de linha. Essa região de convergência faz com que o ar ascenda e seja intensificada pela liberação de calor latente, criada pela formação de graupel. O movimento descendente na retaguarda do sistema cria uma área de divergência que serve para propagar a frente de rajada e, consequentemente, a linha. A assimilação de dados mostrou-se útil para uma melhor representação do deslocamento do sistema, principalmente no caso da variável vento. A variável temperatura também obteve resultado positivo na representação da precipitação na Serra do Mar. Apesar disso, uma diferença de fase foi encontrada com relação ao início da precipitação, que acredita-se ter relação com o deslocamento do ciclone na simulação do WRF, que talvez possa ser corrigido com a assimilação de estimativas de satélite.

 

Anexo d_rafael_c_abreu_corrigida.pdf