Atmospheric variability in a complex terrain mesoscale basin and statistical regionalization in southeast Brazil

Autor Thomas Christian Marcel Martin
Orientador Humberto Ribeiro da Rocha
Tipo de programa Doutorado
Ano da defesa 2017
Departamento Ciências Atmosféricas
Resumo

Em disciplinas como climatologia, hidrologia, ecologia, agricultura e estudos urbanos, são críticas as informações de alta acurácia e resolução espacial, em especial nas áreas de montanhas onde os fatores topográficos tem grande influência, como o clima de superfície do sudeste do Brasil, que é influenciado pelo oceano Atlântico e pelas cadeias de montanhas. Nós investigamos a variabilidade atmosférica de superfície e a formação de circulações secundárias desta região em meso-β com medidas em uma rede de estações meteorológicas e Análise de Componentes Principais. Construímos um método de regionalização estatístico para estimar a informação climática em alta resolução também sobre uma região em meso- γ escala. Fizemos um experimento de campo em um vale entre montanhas de uma pequena bacia na Serra da Mantiqueira, para estudar a variabilidade atmosférica nas vertentes em escala horária e sazonal. Foi evidente o gradiente terrestre médio transversal ao vale, com um padrão de aquecimento/umedecimento diurno e resfriamento/secamento noturno, em relação às vertentes. A temperatura as 12h mostrou grande variabilidade, que diminuiu com a altitude na taxa média -0.7 C (100m−1 ) temperatura do ar noturna aumentou com a elevação até o máximo de 200m (cinturão térmico), em taxa sazonal maior (enor) na estação seca (chuvosa) de +1.1 C (100m −1 ) / +0.2 C (100m−1 )  em toda a vertente. A pressão de vapor diminuiu do vale para cima geralmente abaixo de -0.5 hPa (100m−1), e o vento horizontal aumentou na taxa de 0.9 m.s −1 (100m−1). Notamos um aquecimento diferencial expressivo ao longo do vale e das vertentes. O médio vale esteve circunstancialmente mais frio à noite, e mais quente de dia, em relação ao alto vale, em magnitude média abaixo de 1.0 C.  Os gradientes transversais ao vale mostraram-se bem associados à circulação local, com gradiente terrestre de temperatura positivo e vento catabático à noite, assim como o gradiente terrestre de temperatura negativo e vento anabático, que coexistiram estritamente de dia. Os gradientes terrestres e as circulações secundárias foram de forma geral amortecidas por episódios de grande nebulosidade e/ou turbulência mecânica. Utilizamos as medidas de campo para construir um modelo de regionalização estatística baseado em ACP e indíces topográficos, tendo por dependência as saídas de MCGs (o GFS), para prever o clima de superfície em alta resolução (30 m). Os modos das CP mostraram a variabilidade atmosférica diária e sazonal, os padrões diferenciais de aquecimento e umedecimento nas direções transversal e axial do vale, e a variabilidade do vento associada à topografia e às circulações secundárias. Os escores das PCs e a saídas do GFS foram correlacionadas para se estimar a evolução temporal dos padrões espaciais, que mostraram razoáveis campos atmosféricos (MAE 1.1 C, 0.7 g.kg−1 and 0.7 m.s−1 ), que foram por sua vez superiores aos métodos simples de interpolação vertical do GFS. A ACP na escala regional mostrou que a variabilidade do vento na superfície foi controlada pela brisa marítima e pelo escoamento de grande escala, e de forma secundária pelas circulações de montanha. Durante o dia houve um efeito de advecção fria/úmida da brisa marítima para definir um gradiente climático com áreas quentes/secas no interior em relação à costa, em especial à tarde, ao passo que a umidade do ar aumentou nas áreas de montanha em relação às planícies adjacentes. Noinício da noite o gradiente de temperatura litoral-interior inverteu-se progressivamente, ao passo que a brisa marítima inercial continuou progando-se para o interior. No litoral notou-se escoamento catabático em algumas estações. À noite, notou-se uma umidade maior no interior e nas planícies, comparado com o litoral e áreas de montanha. Com o disparo da brisa marítima, observou-se regionalmente os efeitos de mesoscala-γ em áreas de vales, com aquecimento (resfriamento) preferencial diurno (noturno), associado aos ventos anabático (catabático). As planícies e áreas no interior mostraram maior amplitude de temperatura e umidade (diurna e sazonal) que as áreas nas montanhas e no litoral. 

Anexo t_Thomas_c_m_martin_original.pdf