Propriedades físicas da precipitação e eletrificação dos sistemas precipitantes observados durante o Projeto Chuva-Manaus e GOAmazon

Autor Rebeca Fonseca de Oliveira Pereira
Orientador Rachel Ifanger Albrecht
Tipo de programa Mestrado
Ano da defesa 2019
Palavras chave Precipitação, descargas elétricas, Manaus
Departamento Ciências Atmosféricas
Resumo

A região Amazônica apresenta três diferentes tipos de estações caracterizadas pelo acumulado total de precipitação, sendo a estação chuvosa entre os meses de dezembro a maio, a estação seca, entre os meses de junho a novembro e a estação de transição, a qual separa as duas estações citadas acima, entre os meses de setembro de novembro. Assim, tem-se que o número de raios que incidem sobre essa região também acompanha as estações do ano, em que durante os meses de dezembro a fevereiro, a precipitação é dominada por processos de chuva de características quentes e, apresentam uma menor quantidade de raios se comparado com a estação de transição, quando os sistemas convectivos são mais profundos e a precipitação é dominada por processos de gelo. Além das caracteristicas sinóticas, as variáveis termodinâmicas também exercem um papel importante na formação e intensificação das atividades elétricas durante os dois períodos estudados, em que o período da tarde se mostrou mais propício a formação de precipitação convectiva e consequentemente uma maior atividade elétrica, enquanto o período noturno e o alvorecer do dia se mostraram mais propícios a formação de precipitação estratiforme. E, como a região Amazônica é caracterizada por apresentar uma vegetação densa, seguida de campos abertos que servem como pastagem, rios bastante largos e uma grande área urbana, todos esses fatores induzem circulações fechadas termicamente, induzidas pelo gradiente de temperatura da superfície. Essas circulações influenciam diretamente na formação e deslocamento dos sistemas precipitantes nessa região, além da influência nas características de formação das atividades elétricas. Com isso, neste estudo foram observados maiores acumulados de precipitação durante o experimento IOP1, porém, quanto a predominância de atividade elétrica, foram observadas maiores taxas durante o período de experimento do IOP2, principalmente durante o período da tarde, quando há uma maior atividade convectiva. Além disso, os raios do tipo CG se mostraram mais frequentes nas regiões próximas as margens dos rios, enquanto os raios do tipo IC foram registrados com uma maior frequência nas regiões continentais. Além disso, pelas polaridades, notou-se uma predominância de raios CG positivos durante o IOP1, e negativos durante o IOP2, detecados pelas redes GLD360 e LINET. Com relação ao algortimo ForTraCC, concluiu-se que para os sistemas precipitantes que se deslocaram de nordeste (NE) e respeitaram os limiares de tempo de duração e tamanho, as tempestades apresentaram-se mais frequentes durante o IOP2, com caracteristicas convectivas, enquanto no IOP1 as características estratiformes foram predominantes.

Anexo d_r_f_o_pereira_corrigida.pdf