A evolução de galáxias vista pela emissão de PAHs

Autor Jullian Henrique Barbosa dos Santos
Orientador Amâncio César Santos Friaça
Tipo de programa Mestrado
Ano da defesa 2015
Palavras chave evolução de galáxias, PAHs, infravermelho, meio interestelar, formação estelar, formação de galáxias, astroquímica, astrobiologia
Departamento Astronomia
Resumo

Este trabalho apresenta um estudo sobre o papel da emissão dos hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAHs) como traçadores da evolução galáctica. O principal instrumento da presente pesquisa é um modelo de evolução quimiodinâmica que é usado para simular a evolução de galáxias de grande porte que podem ser vistas como ULIRGs tanto no universo local como a altos redshifts. O modelo fornece as propriedades das estrelas e dos componentes gasoso e de poeira do meio interestelar ao longo do tempo em cada ponto do objeto. Uma interface de transporte radiativo  acoplada ao modelo permite obter a emissão infravermelha  devida a grãos de poeira e PAHs aquecidos e excitados pelas estrelas. A resultante distribuição espectral de energia (SED) que emerge da galáxia carrega informação tanto sobre a física dos grãos e PAHs como da evolução da galáxia.

O presente estudo focou as features dos PAHs no Infravermelho Médio. Verificou-se a sensibilidade das features dos PAH a fatores físicos como flutuações de temperatura e ionização dos PAHs. Concluiu-se que flutuações de temperatura são essenciais para explicar o espectro atribuído a PAHs de várias fontes, mas que tanto PAHs neutros como ionizados são permitidos pelas observações.

Investigou-se como as linhas dos PAHs podem revelar a natureza e evolução da galáxia. Como é de se esperar, a luminosidade das linhas escala com a massa da galáxia, embora não linearmente. Além disso, para uma galáxia bastante massiva, as razões linha/contínuo assinalaram  um starburst tardio que este objeto apresenta. A eficiência de produção de poeira também tem um impacto, embora menor, na luminosidade das linhas de PAHs. Encontrou-se que razões linha/contínuo são mais sensíveis à eficiência de formação estelar e outras propriedades da galáxia, enquanto que as razões linha/linha podem ser usadas para indicar não somente a presença de um starburst mas também  parâmetros físicos como a ionização dos PAHs. A maioria das ULIRGs a altos redshifts apresenta razões de linha L(7.7 \mu m)/L(11.2 \mu m) elevadas, embora com grande dispersão,  favorecendo PAHs neutros, enquanto que algumas poucas ULIRGs a redshifts mais baixo apresentam baixos valores dessa razão, o que sugere a prevalência de PAHs ionizados.

Anexo d_julian_h_b_santos_corrigida.pdf