Determinação de epicentros e magnitudes de sismos históricos no Brasil: testes com uma nova equação de atenuação de intensidades

Autor Ana Paula Trindade Souza
Orientador Marcelo Sousa de Assumpção
Tipo de programa Mestrado
Ano da defesa 2017
Palavras chave Atenuação de intensidades, epicentro e magnitude de sismos históricos, inversão de intensidades
Departamento Geofísica
Resumo

Epicentros e magnitudes de sismos históricos (sem registro instrumental) podem ser estimados comparando-se as intensidades observadas com uma equação que prevê como as intensidades variam com a magnitude e a distância. Foram usados os valores de intensidades de 24 eventos registrados instrumentalmente para desenvolver novas relações de atenuação da intensidade com a distância para o território brasileiro, usando diretamente as informações de intensidades ao invés das isossistas. Em seguida, usou-se essas relações e a desenvolvida por Assumpção e Burton (1985) para determinar os epicentros e magnitudes de dois eventos históricos na região sudeste (31/07/1861 e 27/02/1950).

Para isso, dois métodos foram testados com sismos recentes (31/01/1955, 24/10/1972 e 10/03/1998) com epicentro e magnitude conhecidos: 1) Boxer, que determina o epicentro apenas com as maiores intensidades e 2) ajuste simultâneo de epicentro e magnitude com curvas de atenuação de intensidade, usando o método de busca de Nelder-Mead para minimizar a diferença média entre as intensidades observadas e calculadas.

O método Boxer só dá bons resultados quando há boa distribuição de intensidades ao redor do epicentro e, portanto, não serve para sismos da plataforma continental. Os resultados obtidos com o método de Nelder-Mead (ajuste da equação de atenuação) foram mais satisfatórios.

Comparando as magnitudes e as localizações dos epicentros a partir das relações de atenuação derivadas nesta dissertação com a desenvolvida por Assumpção e Burton (1985), verificou-se que os resíduos entre as intensidades dos eventos calculados a partir da equação atual foram um pouco superiores ao da relação anterior.

Foi feito um estudo especial dos sismos de 1861 no Vale do Ribeira e de 1950 em Poços de Caldas, onde buscou-se em jornais da época informações macrossísmicas complementares às já existentes. Novos dados de intensidade recentemente descobertos mostram que o epicentro do sismo de 1861 foi mais ao Sul do que a estimativa anterior. Para o sismo de 1950, não houve grandes diferenças entre os epicentros calculados neste estudo e os anteriores.

Os métodos desenvolvidos nesta dissertação poderão ser usados para re-avaliar epicentros e magnitudes de outros sismos históricos no Brasil.

Anexo d_ana_p_t_souza_original.pdf