Estudo da sismicidade em Sales Oliveira SP

Autor Andres Felipe Hincapie Fresneda
Orientador Marcelo Sousa de Assumpção
Tipo de programa Mestrado
Ano da defesa 2022
Palavras chave Mecanismo focal, Modelo de velocidades, Sismicidade Induzida
Departamento Geofísica
Site web https://doi.org/10.11606/D.14.2022.tde-06072022-134705
Resumo

Em agosto de 2019, a população da cidade de Sales Oliveira (SP), começou a sentir pequenos tremores de terra, logo após a perfuração de um poço profundo para extração de água. Uma rede sismográfica, composta por 5 estações, foi instalada para monitorar esta sismicidade. Neste trabalho, foram detectados e localizados os eventos registrados em Sales Oliveira. Inicialmente, a detecção foi realizada utilizando o software SeisComp3 seguido de uma pri- meira localização. Tendo em conta a dificuldade em reconhecer algumas fases, optou-se por trabalhar com o software SAC, atribuindo diferentes pesos às fases menos claras. A rotina Hypo71 foi usada para determinar os hipocentros. Para a localização inicial, trabalhamos com um modelo de duas camadas, uma de solo e outra de basalto. Para melhorar o modelo de velocidade, foi utilizada uma metodologia de tentativa e erro, variando as velocidades nas duas camadas. Posteriormente, uma terceira camada foi proposta considerando um basalto alterado entre as duas camadas inciais. Os resultados de localização mostram que a maioria dos eventos têm profundidade me- nor que 500 m, e se concentram provavelmente na camada de basalto. A maior magnitude registrada foi de 2.3 M L . Foi estudada a evolução da distância epicentral ao poço perfurado. Foi mostrado, que os epicentros se afastam de sua localização inicial com um coeficiente de difusividade de 0.01 m 2 /s. Valor consistente com resultados obtidos em outras regiões da Formação Serra Geral (Bebedouro, Jurupema). Tendo isto em conta e que a sismicidade se iniciou após a abertura do poço, confirma-se que este é mais um caso de sismicidade induzida pela abertura de poços profundos. A correlação cruzada foi utilizada para melhorar a leitura de algumas fases, para seis eventos que apresentaram forma de onda semelhante. A nova distribuição hipocentral mostrou um alinhamento desses eventos na direção N-S, indicando uma fratura sismogênica. Uma inversão da forma de onda foi realizada usando a ferramenta ISOLA. Foi utilizada a técnica CSPS, que testa as várias soluções para o mecanismo focal obtidas a partir das polaridades da primeira chegada. O mecanismo focal obtido mostra uma falha normal. Além disso, um dos planos se alinha com a direção N-S dos eventos relocalizados, confirmando a identificaçao da fratura.