A gênese dos diques subalcalinos do Enxame da Serra do Mar na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro

Autor Débora dos Santos Cotis
Orientador Leila Soares Marques
Tipo de programa Mestrado
Ano da defesa 2021
Palavras chave Província Magmática do Paraná Diques toleíticos do Rio de Janeiro Enxame da Serra do Mar Enxames Diques Máficos
Departamento Geofísica
Resumo

Os diques da Região Serrana do Rio de Janeiro, situados nos municípios de Nova Friburgo, Macuco e Bom Jardim, pertencem ao Enxame da Serra do Mar. Parte dessas ocorrências apresenta características geoquímicas e isotópicas distintas daquelas dos demais diques do enxame, sendo principalmente caracterizadas por baixas concentrações de titânio e elementos incompatíveis. Este estudo apresenta os resultados da investigação da gênese dos diques que afloram nessa região, através de análises de elementos maiores, menores, traço e razões isotópicas (Sr e Nd). Os diques são de natureza subalcalina e quimicamente representados por basaltos toleíticos e andesitos basálticos. As análises de geoquímica elemental propiciam a distinção de três grupos, o primeiro com os teores de TiO2 2% (BTi) e mais primitivos, o segundo com teores de 3% TiO2 > 2% e restritos à região do Distrito de Lumiar (ATi-Lumiar), e o terceiro com teores de TiO2 > 3% (ATi) e mais evoluídos. Os dados sugerem a significativa influência de contaminação crustal durante a evolução magmática e apontam similaridades do grupo BTi com os basaltos dos derrames Gramado da Província Magmática do Paraná (PMP). Os grupos ATi-Lumiar e ATi, por sua vez, apresentam semelhanças aos basaltos dos derrames Pitanga da PMP, com os diques ATi apresentando maior enriquecimento em elementos incompatíveis. Os cálculos de balanço de massa usando elementos maiores e menores e também a modelagem de elementos traço apontam a importância do processo de cristalização fracionada na evolução magmática para os três grupos, embora o sistema claramente não tenha sido fechado, principalmente no grupo BTi. As razões isotópicas de Sr e Nd sugerem que os grupos BTi e ATi foram originados por fontes mantélicas com características geoquímicas distintas. Os dados apontam também que os diques BTi foram originados por fontes similares àquelas que originaram os diques dos grupos A e B presentes na Região dos Lagos (RJ). Tal comportamento pode estar relacionado a heterogeneidades do manto litosférico, quimicamente afetado por processos de subducção durante a amalgamação do Gondwana Ocidental.