Influência da estrutura reológica litosférica na evolução de escarpas em margens rifteadas: uma abordagem numérica

Autor João Pedro Macedo Silva
Orientador Victor Sacek
Tipo de programa Mestrado
Ano da defesa 2021
Palavras chave Margens rifteadas. Modelagem numérica. Escarpas costeiras. Processos superficiais.
Departamento Geofísica
Resumo

O objetivo deste trabalho é avaliar o papel da composição reológica da litosfera e da dinâmica mantélica na formação e evolução de margens divergentes e também sua influência nas escarpas costeiras geradas durante o processo de estiramento litosférico, levando-se em consideração tanto a fase rifte como pós-rifte da margem. Para isso, foi utilizado um modelo termomecânico que simula a convecção mantélica no tempo geológico para diferentes condições geotectônicas. Os resultados mostram que uma crosta inferior mais rígida promove um soerguimento do flanco do rifte com maior amplitude, simetria e também uma maior preservação ao longo do tempo geológico, já que o escoamento viscoso é menos intenso se comparado com uma crosta inferior menos rígida. O mesmo comportamento também é afetado pela espessura crustal e litosférica em que crostas menos espessas geraram flancos de maior amplitude, enquanto que um manto litosférico menos espesso produziu flancos de menor amplitude. Para todos os cenários observou-se uma tendência de queda da amplitude do flanco do rifte ao longo do tempo geológico sendo que a taxa de decrescimento se mostrou sensível à reologia adotada para o manto litosférico. A mesma tendência de queda com a idade é observada ao comparar os resultados com escarpas de margens reais presentes no Atlântico Sul, Sudeste australiano, Mar Vermelho, Montanhas Transantárticas, Oceano Índico e Nordeste do Atlântico. A aplicação de um modelo de processos superficiais à topografia gerada pelos processos termomecânicos indicou que a preservação dos efeitos do soerguimento do flanco do rifte depende da eficiência erosiva adotada e da quantidade de recuo da escarpa, mostrando que margens com idades superiores a 60 Myr dificilmente preservam algum efeito do soerguimento gerado pelo rifteamento.