Interpretação dos dados aéro geofísicos do lineamento de anomalias magnéticas a sudoeste do estado do mato grosso – sw do cráton amazônico, e sua relação com a tectônica local
Autor | Vanessa Biondo Ribeiro |
Orientador | Marta Mantovani |
Tipo de programa | Doutorado |
Ano da defesa | 2014 |
Departamento | Geofísica |
Resumo | A região sudoeste do estado de Mato Grosso é marcada por diversas ocorrências auríferas, cupríferas e diamantiferas associado à kimberlitos. Entretanto, apesar do grande potencial mineralógico, há uma grande divergência por parte dos autores em relação à evolução tectônica e compartimentação litoestratigráfica. Dentro desse contexto, este trabalho agrega informações geofísicas sobre possíveis novos alvos exploratórios na região, levando a uma interpretação do possível cenário tectônico associado a essas intrusões. Foram analisados dados de aéro levantamentos magnéticos e gamaespectrométricos contratados pelo Serviço Geológico do Brasil (antiga Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais – CPRM) no noroeste do estado do Mato Grosso, porção SW do Cráton Amazônico. A partir desses dados foram identificadas diversas anomalias magnéticas ao longo de um lineamento com direção preferencialmente NW-SE. Essas anomalias apresentam uma grande variação em extensão, intensidade e direção da magnetização total, podendo ser associadas à presença ou não de uma componente remanescente significativa. Entretanto, nem todas as anomalias apresentam uma clara relação com a zona de fraqueza gerada pelas zonas de cisalhamento Indiavaí-Lucialva e Pitas, e intrudem em diferentes tipos de rochas encaixantes. Por essa razão, as anomalias foram subdivididas em quatro grupos e analisadas individualmente em função do contexto geológico e tectônico do grupo no qual se encontram. Ao todo foram analisadas 34 anomalias magnéticas, dentre as quais apenas Rio Jauru, Figueira Branca e Nova apresentam indícios de afloramento a partir dos dados gama espectrométricos. O contraste entre as respostas radiométricas dessas anomalias, caracterizada por baixo dos três elementos para Rio Jauru e Figueira Branca, geralmente associada a magmas máficos e ultramáficos, e as altas contagens de tório e uranio e baixo de potássio apresentadas por Nova, interpretadas como indicativas de um magma félsico ou intermediário, aponta uma heterogeneidade composicional das fontes anômalas estudadas. O contraste de susceptibilidade magnético aparente obtido pelas inversões tridimensionais varia de 0.013 a 0.230 S.I. Esse contraste, associado às informações sobre o contexto geotectônico da região disponíveis na literatura, nos permite concluir que essas intrusões magnéticas estão associadas a intrusões ígneas dentre as quais, podem ser citados como exemplo, dunitos, piroxênitos, gabros, etc. A anomalia de Nova, assim como Sertãozinho e Rio Aguapeí 1 e 2, intrude interna aos limites geológicos do batólito de Santa Helena. A localização geográfica desses corpos, com contraste de susceptibilidade e assinatura radiométrica (associada à Nova) significativamente diferentes das observadas para o batólito evidenciam a necessidade de se revisar os modelos evolutivos propostos. Neste trabalho são propostos dois cenários evolutivos possíveis para explicar a configuração tectônica desses corpos. A intensa resposta magnética observada para as anomalias magnéticas, com presença de uma componente remanescente significativa, sugere que esses corpos intrudiram após o alojamento do batólito em superfície, tendo se aproveitado das falhas e fraturas presentes nesse corpo. Entretanto, uma resposta conclusiva sobre o tipo litológico das fontes magnéticas e o contexto tectônico dessas só pode ser obtida a partir de estudos geoquímicos e geocronológicos dessas intrusões que, aliados aos resultados deste trabalho, irão contribuir significativamente para um melhor entendimento da evolução geológica da região SW do Cráton Amazônico. |
Anexo | t_vanessa_b_ribeiro_corrigida.pdf |