Topografia dinâmica e convecção mantélica induzidas pela subducção de litosfera oceânica: uma abordagem numérica

Autor Jamison Faustino Gomes de Assunção
Orientador Victor Sacek
Tipo de programa Mestrado
Ano da defesa 2019
Palavras chave subdução da litosfera oceânica. convecção do manto. topografia dinâmica. método dos elementos finitos.
Departamento Geofísica
Site web https://doi.org/10.11606/D.14.2020.tde-19022020-123910
Resumo

Uma das principais forças que guiam a tectônica de placas é induzida pela subducção da litosfera oceânica fria e densa, criando uma flutuabilidade negativa em relação ao manto mais quente adjacente. Esse movimento descendente perturba o padrão de fluxo principalmente no manto superior, afetando também o deslocamento vertical da superfície da Terra na escala de tempo geológica, fenômeno conhecido como topografia dinâmica. Devido à complexidade física desses processos, uma maneira natural de estudar a subducção de placas litosféricas é através do uso de modelos numéricos. O objetivo do presente trabalho é o desenvolvimento de cenários numéricos que reproduzam alguns dos principais aspectos observados sobre geometria e cinemática de placas oceânicas em subducção com base em vínculos geofísicos. Especificamente, concentrei minha atenção na subducção da placa de Nazca sob a litosfera continental da América do Sul, a uma latitude de 18ºS. Na primeira parte deste projeto, várias simulações numéricas foram feitas para estudar a flutuabilidade da placa de Nazca. Os resultados mostraram que, para uma litosfera oceânica relativamente mais espessa, a placa tende a defletir para baixo em relação à geometria observada da placa, mas resiste mais à flexão devido à sua rigidez. Já a crosta oceânica contribuiu para uma deflexão ascendente da placa em subducção, mesmo quando a densidade resultante de toda a placa era maior que a densidade do manto astenosférico circundante. A melhor combinação encontrada para a menor deflexão foi a de uma litosfera oceânica de 80 km com uma crosta oceânica de 8 km com uma densidade de 2800 kg/m 3 . Na segunda parte deste projeto, a placa de Nazca foi simulada por mais de 50 Myr para estudar sua estagnação próximo à transição para o manto inferior. Percebeu-se que o aumento da viscosidade por si só não pode explicar a horizontalização da placa em 660 km, pois a mudança de fase, induzindo um aumento da densidade no manto inferior, foi crítica para simular-se a estagnação de placas oceânicas acima do manto inferior.