Influência das condições meteorológicas na concentração do benzeno e tolueno na Região Metropolitana de São Paulo: interação com outros poluentes

Autor Dayana Yordy Sánchez
Orientador Adalgiza Fornaro
Tipo de programa Mestrado
Ano da defesa 2019
Palavras chave Benzeno;tolueno;condições meteorológicas; poluição do ar;megacidade
Departamento Ciências Atmosféricas
Resumo

Os hidrocarbonetos (HCs) aromáticos monocíclicos, como o benzeno e o tolueno, estão entre os compostos orgânicos voláteis (COVs) de grande interesse tanto para estudos de reatividade atmosférica, devido à contribuição para formação de smog fotoquímico, quanto por efeitos nocivos diretos à saúde humana. A evaporação e queima incompleta de combustíveis é a principal fonte de benzeno e tolueno, além de atividades industriais e uso de solventes. A Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) é uma das maiores aglomerações urbanas do mundo com 21 milhões de habitantes e frota de mais de 7 milhões de veículos. A poluição do ar, com destaque para eventos de smog fotoquímico com altas concentrações de ozônio, tem sido um dos grandes problemas ambientais da RMSP. Devido à importância do benzeno e tolueno, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) iniciou o monitoramento destes compostos com frequência horária na estação Pinheiros, em conjunto com o monitoramento de outros poluentes. Neste trabalho avaliou-se o efeito das condições meteorológicas na variabilidade temporal da concentração do benzeno e tolueno medidos na estação Pinheiros durante o ano 2017, e as interações com outros poluentes (NO2,O3 e CO). As concentrações mais altas foram observadas no período do inverno e a primavera (julho, agosto e setembro), decorrentes das condições desfavoráveis à dispersão dos poluentes, com máximos de 2,81 e 14,2 ppbv para benzeno e tolueno respectivamente, 3,70 ppm para CO, 203 e 208 μg/m3 para NO2 e O3, respectivamente. Os valores de concentração máxima do benzeno, tolueno, CO e NO2 foram obtidos entre as 08 e 10 h da manhã e depois das 20 h, coincidindo com os horários de maior tráfego, e, portanto, aumento das emissões por queima de combustíveis. Valores mínimos foram obtidos entre as 13 e 18 h, associados à diluição e remoção em função do aumento da altura da camada de mistura e/ou da velocidade do vento nestes horários; assim como processos de remoção por reações fotoquímicas. A variação diária da concentração do O3, apresentou níveis mínimos de manhã cedo entre as 6 e 8 horas, iniciando uma subida por volta das 10 horas, atingindo os valores máximos as 15 horas. O benzeno e tolueno apresentaram correlação positiva significativa (r > 0,8) com o CO, reforçando influência das emissões veiculares. Análise mais detalhada para agosto de 2017 mostrou a complexidade das condições meteorológicas afetando a concentração dos compostos estudados, envolvendo eventos sinóticos como a passagem de frentes frias (FF) determinantes na diminuição na concentração de benzeno e tolueno. Enquanto que dias em que as alturas da camada limite convectiva e estável foram abaixo de 500m apresentaram concentrações mais altas de poluentes.

 

Anexo d_dayana_y_sanchez_corrigida.pdf